Em meio a pandemia, a unidade reforça a importância de seus colaboradores e retrata suas expressões e rotina com fotos reais
Crédito foto: Ricardo Matsukawa/divulgação Samaritano
O hospital Samaritano Higienópolis-São Paulo-SP completa 127 anos em um momento em que a área da saúde e seus profissionais são essenciais e que seus colaboradores, em especial, marcam a história e a trajetória da instituição no enfrentamento à Covid-19. A tradição e memória do hospital, inaugurado em 1894 e que já passou por outros grandes desafios da medicina, deu espaço ao presente, onde os mais de 3 mil colaboradores conduziram, com maestria, a missão de atender, acolher e cuidar de seus pacientes. Em homenagem aos seus protagonistas, o Samaritano retratou imagens da realidade e cotidiano dessas pessoas nos últimos meses, projetadas também em seu salão da entrada principal.
Por trás das máscaras, as expressões desses profissionais se destacam em mais de 700 imagens espontâneas em diversas situações, entre olhares compenetrados, engajados, preocupados e entusiasmados.
Durante a pandemia, o hospital Samaritano Higienópolis adotou uma série de medidas para receber seus pacientes com total segurança. Muito fluxos foram individualizados desde as consultas até as cirurgias e exames. Os horários destes atendimentos foram espaçados; ações como a coleta de PCR – COVID19 antes de cada cirurgia eletiva; e as admissões são adiantadas através de check-in telefônico.
Tradição e pioneirismo – Todos esses anos de tradição do Samaritano Higienópolis refletem hoje um legado de muita experiência, pioneirismo e referência na saúde.
Na mesma data de fundação da cidade de São Paulo, a instituição nasceu do desejo do chinês José Pereira Achao de oferecer um serviço hospitalar de qualidade aos imigrantes de todas as nacionalidades e credos que escolheram a cidade para viver e trabalhar. O livro de registros de Movimento de 1894, hoje no acervo do hospital, mostra algumas curiosidades daquele tempo, como o tipo de doença mais comum em internações, a Febre Tifoide. Considerado uma região insalubre nas últimas décadas do século 19, o Brasil recebia muitos viajantes que chegavam de navio da Europa e Estados Unidos. Entre antigas doenças crônicas, figuravam a varíola, tuberculose e as epidemias devastadoras de peste, cólera e febre amarela.
A Enfermagem, serviço valorizado e muito comentado atualmente na pandemia, também tem um espaço especial na memória do hospital. O Samaritano foi palco do desenvolvimento da Enfermagem leiga e profissionalizada no Brasil. Em 1899, com apenas cinco anos de atividade, o hospital já contava com seis enfermeiras e começava a procurar outras profissionais na Escócia, Alemanha e Inglaterra. Nem sempre era fácil encontrar enfermeiras recém-formadas com interesse e disponibilidade para trabalhar no Brasil durante alguns anos.
O hospital também crescia e foram recrutadas jovens brasileiras para serem treinadas. Depois de um curso básico de três anos, mais prático do que teórico, recebiam o diploma de habilitação como enfermeiras profissionais ou auxiliares de enfermagem, expedido pelo hospital. Era um novo campo profissional para as mulheres. A participação das enfermeiras teve um sentido especial nesta trajetória, registrado em cartas, diários, depoimentos e anotações pessoais, que hoje figuram no acervo do hospital.