Importância da conscientização sobre o HIV/Aids e outros tipos de infecções sexualmente transmissíveis (IST)
Dr. Flavio Aranovich: “existe uma prevalência na sociedade de doenças com alto poder de contágio”
Dezembro é o mês da campanha nacional de conscientização sobre o HIV/Aids, doença que, segundo o Ministério da Saúde, atinge cerca de 920 mil brasileiros vivem com o vírus. Deste total, 89% foram diagnosticados, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas que fazem o tratamento já não transmitem o HIV, por terem atingido a carga viral indetectável. O Dezembro Vermelho, campanha instituída pela Lei nº 13.504/2017, marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTS), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas pela doença. A campanha é constituída por um conjunto de atividades e mobilizações, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, de modo integrado com toda a administração pública, entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais. Integrando esta ação, o Grupo São Pietro Saúde/RS.
Além do aumento dos números de casos de ISTS, estudos recentes mostram que 70% dos jovens não têm alguém próximo para falar sobre sexo, ou seja, não possuem no começo da vida sexual uma orientação. Sendo assim, acabam sendo expostos ao risco desnecessários de modo a aumentar a chance de contágio a doenças e gravidez indesejada. “O papel do urologista nesse cenário é muito importante no sentido de que as meninas acabam recorrendo, no início da vida sexual, aos ginecologistas, porém os meninos acabam não indo com tanta frequência ao urologista, não tendo uma orientação adequada, principalmente sobre a prevenção de doenças, como por exemplo o uso da camisinha”, alerta o urologista Flávio Aranovich, do São Pietro Saúde, devemos ficar atentos “porque o HIV quando desenvolve as formas graves da doença, pode trazer o paciente a um desfecho muito desfavorável”.
Além do vírus HIV, segundo o especialista, “principalmente quando falamos sobre a saúde sexual do homem temos que abordar também as doenças sexualmente transmissíveis. Existe uma prevalência na sociedade de doenças com alto poder de contágio, entre elas, destaca se a sífilis, doença que tem se multiplicado exponencialmente nos últimos anos, bem como a gonorreia e o herpes”.
No surgimento do vírus da Aids, explica, as pessoas temiam muito a contaminação, e o uso da camisinha surgiu como solução à população. Sendo assim, as gerações subsequentes foram mantendo esse hábito de proteção em função do temor da Aids e, indiretamente, se protegendo de outros tipos de doenças sexualmente transmissíveis. “No momento em que a Aids acabou recebendo tratamento com maior tecnologia e melhores respostas, ela se tornou uma doença crônica e, de certa forma, as pessoas foram perdendo o receio e relaxando sobre os métodos preventivos como, por exemplo, o uso de camisinha”. Este comportamento pode explicar o aumento do número de casos de infecções sexualmente transmissíveis verificado atualmente, finaliza.