“A preservação da fertilidade ainda é pouco discutida, mas deveria ser parte fundamental dos cuidados médicos, tanto para mulheres quanto para homens”, afirma especialista
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Junho é um mês também dedicado, entre outras campanhas, à conscientização sobre a infertilidade. Em 2025, este problema afeta cerca de 17,5% da população adulta mundial, o que equivale a 1 em cada 6 pessoas que enfrentam dificuldades para conceber. A estimativa, divulgada pela OMS, evidencia uma realidade preocupante e muitas vezes silenciosa: a infertilidade é um problema de saúde pública que impacta milhões de mulheres em idade reprodutiva, além de homens, casais e famílias em todo o mundo.
Segundo dados da OMS, 15% dos casais em todo o mundo enfrentam dificuldades para engravidar. E os fatores por trás desse cenário são diversos: questões hormonais, metabólicas, ambientais, comportamentais e até sociais podem estar relacionados à diminuição da fertilidade.
Para o médico ginecologista e especialista em reprodução humana Dr. Vamberto Maia Filho, de São Paulo/SP, é essencial que a saúde reprodutiva passe a ser acompanhada desde cedo, com atenção aos fatores que podem comprometer, silenciosamente, a capacidade de conceber. “A preservação da fertilidade ainda é pouco discutida, mas deveria ser parte fundamental dos cuidados médicos, tanto para mulheres quanto para homens. A fertilidade é sensível a hábitos cotidianos, estilo de vida, idade e até doenças crônicas que não são tratadas adequadamente”, afirma o médico.
Principais causas – A infertilidade pode ter origem multifatorial, mas entre as causas mais comuns estão:
- Idade avançada – especialmente após os 35 anos nas mulheres, quando há queda acentuada da reserva ovariana.
- a síndrome dos ovários policísticos (SOP).
- Doenças crônicas – como diabetes e hipertensão, quando mal controladas.
- Estresse crônico e privação de sono – que desregulam o eixo hormonal.
- Hábitos prejudiciais – como o consumo de cigarro, álcool e drogas recreativas.
- Alimentação desequilibrada e excesso de peso – que interferem na ovulação e na qualidade dos espermatozoides.
“Muitas vezes, o que parece ser apenas um detalhe na rotina pode, na prática, dificultar muito a concepção. Por isso, é fundamental buscar uma avaliação especializada se a gravidez não acontecer dentro de um ano de tentativas regulares, ou em seis meses, no caso de mulheres acima dos 35 anos”, orienta Dr. Vamberto.
É possível prevenir? – Nem todos os casos de infertilidade são evitáveis. Algumas causas podem ser genéticas ou decorrentes de condições médicas mais complexas. No entanto, é possível reduzir significativamente os riscos adotando um estilo de vida mais saudável e atento à saúde reprodutiva, destaca o especialista, apontando algumas medidas que ajudam a preservar a fertilidade:
- Planejar a gestação antes dos 35 anos, sempre que possível;
- Manter um peso saudável e alimentação equilibrada;
- Evitar o consumo de substâncias nocivas;
- Controlar doenças crônicas com acompanhamento médico;
- Reduzir o estresse e priorizar o sono de qualidade;
- Fazer check-ups regulares com ginecologista ou urologista.
Conforme destaca, “pequenas mudanças no dia a dia podem fazer uma grande diferença no futuro. Consultar um especialista, realizar exames e entender o próprio corpo são passos importantes para quem deseja formar uma família, hoje ou daqui a alguns anos”.