Nos próximos dois anos, são estimados cerca de 700 mil novos casos de câncer no Brasil, onde o desafio é aumentar o cuidado preventivo
Segunda maior causa de mortes em todo o mundo, cerca de 10 milhões de pessoas por ano, o câncer tem números que assustam. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), um a cada cinco habitantes no planeta vai desenvolver diversos tipos de tumores. No Dia Mundial do Câncer, que foi celebrado no dia 4 de fevereiro, também é importante entender a realidade pela qual o Brasil passa no combate à doença.
Para a oncologista clínica Aline Bobato Lara,“o combate ao câncer no Brasil é composto de três frentes: a realização de exames preventivos, diagnóstico precoce e acesso ao tratamento. Como há uma dificuldade de acesso da população aos exames, impõe-se uma barreira para o diagnóstico precoce e, consequentemente, ao tratamento mais eficaz”, explica a Dra. Aline.
Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), entre 2023 e 2025, o Brasil deverá apresentar cerca de 704 mil novos casos no país, a maioria nas regiões Sul e Sudeste, que normalmente concentram 70% de incidência. O tumor maligno com maior número de registros é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelo de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
De acordo com a oncologista clínica, os fatores de risco variam conforme o tipo de câncer. “Em geral, o estilo de vida contribui para o desenvolvimento da doença, como tabagismo, uso excessivo de álcool, alimentação desequilibrada, obesidade, sedentarismo e exposição exagerada ao sol”, afirma a especialista.
Câncer infantil – Em relação à expectativa de cura, a oncologista Aline Lara ressalta também uma situação diferente entre os casos adultos e infantis. “O câncer infantil é diferente do câncer nos adultos, pois ele não está associado aos fatores ambientais. Os tumores mais frequentes são as leucemias, que afetam os glóbulos brancos, os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático), que são tumores mais raros nos adultos”, explica a médica.
Segundo ela, os tumores em crianças e adolescentes são considerados mais agressivos, pois se desenvolvem rapidamente. “Em compensação, os pacientes infantis respondem melhor ao tratamento e as chances de cura são maiores, se comparado com o público adulto”, destaca, explicando que tanto em adultos como em crianças, a evolução nos tratamentos tem feito com que a cada ano aumentem as taxas de sobrevida dos pacientes.
“Podemos ver um significativo aumento da taxa de cura e também no prolongamento da sobrevida para aqueles pacientes que têm uma doença incurável, mas que pode ser controlada por maior tempo através dessas novas modalidades de tratamentos”, finaliza a oncologista.