Inteligência Artificial é capaz de prever riscos, mas não doenças, alerta oncologista
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Mapeamento feito no segundo semestre de 2023, pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e Associação Brasileira de Startups de Saúde (ABSS), confirma que 62,5% das instituições de saúde já utilizam, de alguma forma, a Inteligência Artificial (AI) em seus protocolos, sendo a maioria deles em chatbots de atendimento. A expectativa é de que, em até um ano, 12% das clínicas e hospitais aumentem significativamente seus investimentos em tecnologias de IAs, sendo que 37% já têm estratégias definidas para isso. Porém, desde que as primeiras ferramentas de IA surgiram, o setor da saúde se vê bombardeado por questões como: será possível que a tecnologia substitua os médicos? Até que ponto as IAs poderão prever doenças? Apesar dos questionamentos, o crescimento da utilização da IA é um fato.
Para o coordenador da oncologia no grupo Kora Saúde, de São Paulo/SP, Fernando Zamprogno, “a Inteligência Artificial será capaz de predizer risco de desenvolver determinadas doenças, analisando dados pessoais, histórico familiar e doenças pré-existentes, mas, prever doenças, impossível”.
Segundo ele, a IA faz o mesmo trabalho que o médico, ou seja, leva em conta todas as informações coletadas no contato com o paciente para prever se há riscos de desenvolvimento de enfermidades. “Mas devemos esclarecer que a inteligência artificial não pensa sozinha. Ela precisa de dados alimentados por indivíduos. E, na área da saúde, ela poderá ajudar na predição de riscos. Quanto mais precisas e corretas forem as informações que eu prestar à inteligência artificial, mais acertada será a predição de risco dela. Isso, obviamente, pode ser usado como uma projeção de possibilidade de doenças, como o câncer, e ser utilizado como termômetro para mudança de hábitos”, comenta.
De acordo com o oncologista, outro ponto positivo do uso de Inteligência Artificial é no diagnóstico de doenças que não são comuns em todas as regiões. “Imagine o médico que está lá no interior do Amazonas, do Pará, ou do Espírito Santo, sem acesso a um grande centro. A tecnologia vai ser uma ferramenta tremenda para auxiliar nos diagnósticos de doenças que ele nunca teve contato, ou para que possa se conectar rapidamente com hospitais referência para pedir auxílio na interpretação”.