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Julho Verde – Divinópolis/MG realiza campanha contra o câncer de cabeça e pescoço

Foto: Pixabay

Apesar das principais causas (tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas e infecção pelo vírus HPV) terem sido descobertas e os sinais e sintomas serem visíveis, o câncer na região de cabeça e pescoço, especialmente de cavidade oral e laringe, são diagnosticados, em 80% dos casos, em fase avançada. Pensando nisso, o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) traz para a campanha Julho Verde de 2024 o tema “Informação que Muda Histórias”, que visa conscientizar a todos sobre a importância de buscar e compartilhar conhecimento como um princípio da transformação. 

Uma das cidades selecionadas pelos organizadores para receber ações presenciais este ano é Divinópolis, a maior da mesorregião do Oeste de Minas, com 240 mil habitantes. As atividades serão lideradas pela Liga Acadêmica de Odontologia Hospitalar e Liga Acadêmica de Diagnóstico Oral, ambas coordenadas pela cirurgiã-dentista Luciana Vieira Muniz, coordenadora do Comitê de Ensino e Ligas Acadêmicas do GBCP e docente de Estomatologia e Patologia Oral na UNIFENAS.  As ações começam nesse dia 1º e terminam no dia 6 de julho (sábado), com o Dia D de rastreamento de lesões suspeitas e, outro evento de conscientização da doença na Praça do Santuário, região central da cidade.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA, em Minas Gerais, o câncer de cabeça e pescoço mais comum é o de cavidade oral (que compreende a boca, lábios, língua, gengiva, assoalho da boca e palato), com a previsão de 1820 novos casos em 2024.

Além da cavidade oral, pode acometer os seios da face (maxilares, frontais, etmoidais e esfenoidais), faringe (nasofaringe (atrás da cavidade nasal), orofaringe (onde se encontra a amígdala e a base da língua) e hipofaringe (porção final da faringe, junto ao início do esôfago), além da laringe (supraglote, glote e subglote), glândulas salivares e glândula tireoide. 

No Brasil, 8 entre 10 casos de câncer na cavidade oral são descobertos já em fase avançada. Como consequência, o diagnóstico tardio resulta em menor chance de controle da doença, pior qualidade de vida para o paciente, maiores taxas de morbidade e mortalidade, maior risco de mutilação em razão da necessidade de cirurgias mais extensas, maior complexidade de outras modalidades de tratamento e maior demanda por reconstrução facial, assim como mais desafios na reabilitação do paciente. 

Sinais de alerta – Os principais sinais para câncer de cabeça e pescoço são: 

  • Ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
  • Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
  • Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
  • Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca
  • Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta
  • Dificuldade para mastigar ou engolir
  • Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
  • Dormência da língua ou outra área da boca
  • Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
  • Dentes com mobilidade ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula
  • Mudanças na voz
  • Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço
  • Perda de peso
  • Mau hálito persistente

Vale ressaltar que a existência de qualquer dos sinais e sintomas pode sugerir a existência de câncer, cabendo ao médico avaliar a necessidade de se pedir outros exames para confirmar ou não o diagnóstico. Muitos desses sinais e sintomas podem ser causados por outros tipos de câncer ou por doenças benignas. É importante consultar o médico ou o dentista se qualquer desses sintomas persistir por mais de duas semanas. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores são as chances de sucesso:

Fatores de risco – Diferente de muitos tipos de câncer, em que as principais etiologias (causas) não são conhecidas, os principais fatores de risco para desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço são bem estabelecidos: não fumar, evitar consumo de bebidas alcoólicas e se prevenir contra o vírus HPV, medida para a qual há vacinas na rede pública e privada de saúde, para imunização de meninos e meninas. Há, portanto, um fator comum nos tumores de Cabeça e Pescoço: na maioria das vezes são evitáveis.

Desde janeiro de 2017, o Ministério da Saúde oferece a proteção de meninos contra o vírus HPV. Essa medida se soma à imunização que já ocorria desde 2014 nas meninas. As vacinas contra HPV protegem contra os dois subtipos do vírus mais associados com câncer. Esses HPVs oncogênicos – 16 e 18 – são também prevalentes em tumores de cabeça e pescoço, principalmente de orofaringe. 

De acordo com a oncologista clínica, Aline Lauda Chaves, diretora do GBCP e do DOM Oncologia, de Divinópolis, a contribuição de todos nesta causa é muito importante. “Juntos, podemos amplificar e construir uma base de informação sólida que quebre o desconhecido e gere transformação. Queremos que a informação correta e atualizada sobre o câncer de cabeça e pescoço chegue a todos os profissionais de saúde e para a população em geral”, afirma.

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