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Junho – mês da conscientização sobre infertilidade, condição que afeta cerca de 278 mil casais no Brasil

                                           Dra.Carla Iaconelli: “há necessidade de ampliar o acesso aos tratamentos de alta qualidade para pessoas sem condições’

A infertilidade é uma doença diagnosticada após 1 ano de tentativas sem sucesso e que pode ter como causa fatores relacionados ao aparelho reprodutor feminino, do masculino ou ambos, conforme explica a obstetra Carla Iaconelli, especialista em reprodução humana, de São Paulo/SP.

Segundo destaca, os fatores femininos são diversos. Entre eles, a médica cita as alterações hormonais, metabólicas, nutricionais, fatores ovulatórios e relacionados a idade do óvulo, endometriose, obstrução das trompas de falópio, alterações anatômicas como malformações uterinas, pólipos endometriais, miomas e outros tumores. Nos homens: alterações hormonais, metabólicas e nutricionais, problemas com a produção de sêmen, causados pelo consumo de drogas e fumo, peso, causas genéticas e varicocele.

A infertilidade não é culpa de ninguém, afirma. “É uma condição médica que pode ser tratada e gerenciada com ajuda adequada. A medicina reprodutiva oferece distintos tratamentos eficazes e seguros e é uma opção para casais que têm dificuldades em engravidar naturalmente e desejam ter filhos”.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 278 mil casais não conseguem ter filhos no Brasil, o que representa 15% do total da população brasileira. Dados recentes da OMS revelam que aproximadamente 17,5% da população adulta (1 em cada 6 em todo o mundo) são inférteis. Esses estudos indicam que se trata de um problema de saúde pública, em todas as partes do mundo, sem discriminação de classes. Por isso, há necessidade de ampliar o acesso aos tratamentos de alta qualidade para pessoas sem condições.

“Existem várias alternativas para casais que enfrentam a infertilidade, desde tratamento de baixa complexidade, como a relação em data programada e inseminação intrauterina (IIU – o sêmen é processado para melhorar a performance e colocado, diretamente, no útero da mulher), até de alta tecnologia e sofisticação, como a Fertilização in Vitro (FIV), que é um dos tratamentos mais conhecidos e eficazes, envolvendo a coleta de óvulos e espermatozoides. Outras opções incluem a doação de óvulos, embriões e realização de diagnóstico genético antes de transferir o embrião para o interior do útero”, informa a especialista em reprodução humana.

O congelamento de óvulos, por exemplo, destaca a Dra. Carla Iaconelli, é uma opção real e assertiva para mulheres que desejam se preparar para ser mãe no futuro, mas ainda não decidiram o melhor momento ou a parceria. Já as mulheres que não tiveram a oportunidade de congelar óvulos e cursam com menopausa, ou que necessitaram realizar quimioterapia para tratamento de câncer, ou mesmo que perderam os ovários em alguma cirurgia, podem buscar o sonho da maternidade nos centros de Reprodução Assistida, que oferecem todo o processo de ovodoação e ovorecepção. Algumas clínicas mantêm óvulos e embriões excedentes de outros tratamentos que foram autorizados para doação. Como condição, “as doadoras não devem conhecer a identidade das receptoras e vice-versa, exceto na doação de óvulos para parentesco de até 4º grau”.

A idade limite para doação é de 37 anos, pontua a médica, ressaltando que “ser mãe após os 35 anos é absolutamente possível. Muitas mulheres conseguem ter filhos saudáveis e felizes nesta fase da vida. A maternidade ‘tardia’ pode ter seus desafios, mas também pode ser uma experiência profundamente gratificante e transformadora, desde que seja com acompanhamento médico especializado, afinal é tarde para quem?”, finaliza.

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