Mamografia no Brasil: dificuldade no acesso prejudica o diagnóstico precoce

Um exame feito no momento certo pode significar o início de um tratamento menos agressivo, maiores chances de cura e uma vida com mais qualidade

Foto: Freepik

Diante dos dados mais recentes sobre o acesso à mamografia no Brasil. a Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem – FIDI, vem mais uma vez reforçar a importância dos exames de imagem na saúde preventiva da mulher. De acordo com levantamento do Instituto Natura, em parceria com o Observatório de Oncologia do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, apenas 23,7% do público-alvo realiza mamografias no país, número muito inferior aos 70% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A FIDI nasceu com o propósito de salvar vidas e transformar a saúde. Acreditamos que exames preventivos são essenciais para o diagnóstico precoce de doenças. Por isso, nos empenhamos diariamente para ampliar o acesso à população”, afirma Simone Vicente, CEO da entidade. “No caso da saúde da mulher, esse cuidado é ainda mais sensível. Um exame feito no momento certo pode significar o início de um tratamento menos agressivo, maiores chances de cura e uma vida com mais qualidade”, alerta. 

Para a médica radiologista e especialista em mama da FIDI, Vivian Milani, o dado reforça a urgência de ampliar o acesso e conscientizar a população feminina sobre a importância da detecção precoce. “A mamografia é uma das principais ferramentas de combate ao câncer de mama. É um exame altamente eficaz, capaz de identificar lesões imperceptíveis ao toque, muitas vezes antes de qualquer sintoma. A detecção precoce aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento”, afirma Milani.

A FIDI entende e recomenda que mulheres com menos de 40 anos devam realizar anualmente ultrassonografia transvaginal e mamária, acima dos 40 anos: mamografia e ultrassonografia transvaginal e no período pós-menopausa: mamografia, ultrassonografia transvaginal e densitometria óssea. 

Barreira – Apesar do aumento na conscientização sobre os exames preventivos, a principal barreira ainda é o acesso. “Muitas pacientes relatam a dificuldade de agendar mamografias ou ultrassons. Isso acaba postergando diagnósticos e, em muitos casos, comprometendo o tratamento”, alerta Milani.

Em 2024, a FIDI, que atua em mais de 90 unidades de saúde nos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, realizou 5 milhões de exames em todo o Brasil, sendo mais de 360 mil mamografias por meio de projetos como a carreta-móvel “Mulheres de Peito”- criado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), com a FIDI responsável pela operação das carretas móveis e pelo atendimento com suas equipes técnicas — além da “Carreta da Saúde da Mulher”, em parceria com a Prefeitura de Guarulhos.

Essas iniciativas são fundamentais para alcançar populações mais vulneráveis e garantir que nenhuma mulher fique sem diagnóstico por falta de estrutura. “Diferentemente de quando comecei há 25 anos, hoje as mulheres estão mais conscientes e procuram os exames”, explica a médica radiologista.

Para a FIDI, compartilhar conhecimento é uma maneira de salvar vidas. “O profissional da saúde deve sempre compartilhar informações sobre a importância da detecção precoce das patologias que acometem as mulheres e dar a elas a oportunidade de tratamentos que permitam a cura de doenças”, pontua Milani. 

Além dos profissionais, a FIDI também acredita que tanto a mídia quanto as redes sociais possuem relevância neste processo de informar. “Através desses canais de comunicação é possível levar informações baseadas na literatura científica, algo que a FIDI faz com bastante propriedade, e, claro, reforçar que um exame de imagem pode salvar uma vida”, reforça a médica.

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