Com quantos anos a criança deve firmar o pescoço? Quando ela começa a rolar e engatinhar? E a andar? Quando isso geralmente começa? Será que meu filho está atrasado ou adiantado? Essas são exemplos de perguntas que muitos pais fazem, principalmente quando têm o primeiro filho.
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Os Marcos do Desenvolvimento Infantil foram estabelecidos para fornecer aos especialistas uma referência do que é considerado desenvolvimento típico, abrangendo marcos motores, cognitivos, sociais e emocionais. Esses marcos são determinados com base em pesquisas científicas e observações clínicas de crianças em diversas idades e culturas, com instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Academia Americana de Pediatria – AAP, desempenhando papéis importantes em sua definição e atualização. Além de orientar os especialistas, essas diretrizes também ajudam os pais e cuidadores a responderem questões sobre o desenvolvimento infantil. Porém, como explica a Prof.ª Dra. Juliana Bilhar, fisioterapeuta com doutorado e mestrado em Ciências pela USP, especialista em Fisioterapia Neurofuncional, embora os marcos do desenvolvimento sejam úteis como referência geral, é importante notar que cada criança se desenvolve em seu próprio ritmo, podendo haver variações individuais dentro do espectro do desenvolvimento.
Segundo ela, “os marcos servem como um guia geral para pais e cuidadores, mas também é muito importante observar e responder às necessidades únicas de cada criança. Afinal, embora muitos aspectos do desenvolvimento infantil sejam semelhantes entre crianças típicas e atípicas, existem diferenças importantes que exigem uma abordagem individualizada para entender e apoiar o desenvolvimento saudável de cada criança”. Entre os marcos do desenvolvimento em crianças típicas e atípicas, a especialista destaca três diferenças:
- Padrões de Tempo – Crianças típicas alcançam marcos específicos, como sorrir, rolar, sentar, engatinhar, andar e falar, dentro dos marcos do desenvolvimento “padrão”. Enquanto isso, crianças atípicas podem apresentar dificuldades em alcançar certos marcos ou alcançá-los de forma diferente. Por exemplo, uma criança com autismo pode desenvolver a fala mais tarde do que o esperado, ou uma criança com paralisia cerebral pode não atingir os marcos motores típicos.
- Variações Individuais – As variações individuais das crianças atípicas são amplas e podem afetar diferentes áreas de desenvolvimento, como habilidades motoras, cognitivas, sociais e emocionais. Algumas podem apresentar atrasos em certas áreas, enquanto outras exibem habilidades avançadas em outras. Fatores como gravidade da condição, intervenções precoces e ambiente familiar influenciam essas variações. Portanto, é importante reconhecer e apoiar essas diferenças para garantir que cada criança, típica ou atípica, receba o suporte necessário para alcançar seu potencial máximo de desenvolvimento.
- Necessidades de Suporte – Crianças típicas geralmente não precisam de intervenções específicas para atingir marcos do desenvolvimento, enquanto crianças atípicas podem exigir suporte adicional, incluindo terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia ou outras intervenções, para ajudá-las a alcançar marcos e atingir seu potencial máximo de desenvolvimento.
Para a Prof.ª Dra. Juliana Bilhar, o mais importante é compreender os marcos do desenvolvimento e oferecer o apoio necessário a cada criança em sua jornada de crescimento. “Reconhecer as variações individuais, promover a inclusão e fornecer intervenções adequadas são essenciais para garantir que todas as crianças, típicas ou atípicas, tenham a oportunidade de alcançar seu potencial máximo, independentemente de suas trajetórias de desenvolvimento”, finaliza a fisioterapeuta.