Medicina no metaverso: isso é possível? 

Luciano Mathias: “o objetivo é oferecer tecnologia de realidade aumentada e virtual para pacientes que estão hospitalizados, acamados por um período de seis meses ou paralisados”

De todas as aplicações no metaverso, uma pode transformar a medicina e, por consequência, a saúde e a vida das pessoas. O metaverso médico, que está sob a gestão da empresa Thumbay Group – um conglomerado de negócios internacionais, trata-se de um hospital virtual onde os pacientes poderão visitar e interagir com os médicos por meio de avatares. O especialista em tecnologia e CCO da TRIO, hub focado em Web 3.0, Luciano Mathias, explica como esta tendência pode beneficiar a saúde da população e permitir, ainda, mais conhecimento e qualidades técnicas para o futuro da medicina.

Conforme relata, tudo surgiu com o Dr. Thumbay Moideen, fundador e presidente do Thumbay Group, com sede nos Emirados Árabes Unidos. O projeto prevê um modelo de hospital virtual completo, onde as pessoas poderão realizar consultas médicas de forma totalmente digital através de um avatar. “O objetivo é oferecer tecnologia de realidade aumentada e virtual para pacientes que estão hospitalizados, acamados por um período de seis meses ou paralisados. Além disso, o hospital quer prestar apoio em ajudar também as pessoas com deficiência permanente”.

Um exemplo de como isso é aplicado, é o caso de um paciente do Sri Lanka que esteve por um longo período de tempo paralisado, após um acidente de carro. Apenas o cérebro funcionava. Ele pôde visitar virtualmente o quarto de sua casa por meio da tecnologia de realidade aumentada e virtual. Para Luciano, isso motiva os pacientes que exigem cuidados a longo prazo e oferece esperança de que possam voltar aos seus lares.

1º Metaverso médico do mundo – Em janeiro, o primeiro Centro de Atendimento ao Cliente do Metaverso foi lançado em Dubai, pelo Ministério da Saúde e Proteção Comunitária dos Emirados Árabes Unidos (MOHAP). O centro foi projetado para atender os requisitos dos clientes em espaços 3D, de maneira fácil, e, ao mesmo tempo, proporcionando ao público uma experiência sensorial interativa e digitalmente imersiva. 

Mathias diz ainda que os pacientes têm a opção de entrar rapidamente no mundo imersivo da MetaHealth – plataforma de saúde do Metaverso – e conversar com uma pessoa real do Centro de Satisfação do Cliente, caso necessite de alguma ajuda. “A organização contratou ainda uma empresa para treinar todos os médicos para que eles possam se adaptar na transição em lidar com pacientes que chegam através da tecnologia”, comenta. 

Outro destaque vai para o uso da tecnologia artificial para solucionar problemas médicos. Recentemente, o professor de medicina Chuanxue Bai, junto de outros profissionais, propuseram uma definição do metaverso para a medicina “Como a Internet das Coisas Médicas” ou em inglês, (Medicine as the medical Internet of Things), já que a tecnologia facilita a experiência pelo uso de óculos de realidade aumentada e virtual, em casos de cirurgias, atendimentos etc. 

Um painel multidisciplinar de médicos e especialistas em TI da Ásia, Estados Unidos e Europa, abordou as inovações e possibilidades que podem ser realizadas por meio da tecnologia. O grupo entrou num consenso de que educação médica, divulgação científica, consultas, diagnóstico e tratamento graduado, pesquisa clínica e até assistência médica poderiam ser facilitadas com o uso da inovação. Segundo Mathias, essa interação entre medicina e mundo virtual pode facilitar diferentes serviços médicos, como prevenção de doenças, exame físico, diagnóstico, reabilitação, primeiros socorros e muito mais.

“Torçamos que o Metaverso focado na saúde sirva para transformar a vida das pessoas de forma positiva e que permita ainda mais avanços médicos na área”, finaliza. 

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