Mieloma múltiplo: dor óssea é um dos principais sintomas desse tipo de câncer

Dra. Lisa Ricci: “além da dor, outros sintomas podem estar associados à doença, como fadiga, anemia, emagrecimento, urina com espuma e insuficiência renal”

Embora raro e pouco conhecido, o mieloma múltiplo é o segundo tipo de câncer de sangue mais frequente no mundo. No Brasil, estima-se que quatro a cada 100 mil pessoas sofram com a doença, uma média de 7.600 novos casos a cada ano.

 A doença compromete o sistema hematológico, causando, sobretudo, complicações nos ossos. Seus sintomas são inespecíficos e podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças, o que pode atrasar o diagnóstico. Além disso, muitas pessoas desconhecem essa patologia, o que torna a busca por tratamento ainda mais tardia.

Sintomas – Entre os primeiros sinais do mieloma múltiplo, a dor óssea se destaca. Muitas pessoas, inclusive, chegam à primeira consulta com fraturas patológicas, causadas pela fraqueza da estrutura óssea. Segundo a hematologista Dra. Lisa Aquaroni Ricci, do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), além da dor, outros sintomas podem estar associados à doença, como fadiga, anemia, emagrecimento, urina com espuma e insuficiência renal.

A doença afeta os plasmócitos, um tipo de glóbulo branco, presente na medula óssea e responsável pela produção de anticorpos que combatem infecções. No lugar das células saudáveis, surgem versões malignas que se multiplicam descontroladamente, causando anemia e dor óssea. Elas também produzem anticorpos anormais, conhecidos como proteína M ou proteína monoclonal, o que pode causar dano renal.

Diagnóstico e tratamento – O mieloma múltiplo pode ser detectado através de exames laboratoriais, de imagem e de medula óssea. Embora não tenha cura, muitos pacientes conseguem levar uma vida com qualidade graças a tratamentos que controlam a progressão da doença e aliviam os sintomas.

O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações irreversíveis e ampliar as opções terapêuticas disponíveis.

Nos últimos anos, avanços significativos na medicina têm aumentado a sobrevida e o bem-estar dos pacientes. Entre os tratamentos mais eficazes, a Dra. Lisa destaca a imunoterapia, a terapia celular e os inibidores de osteólise. Outra opção de tratamento é o transplante de medula óssea, embora não seja uma indicação para todos os pacientes, já que os protocolos são distintos para cada pessoa.

Fatores de risco – Atualmente, as causas do mieloma múltiplo ainda não são totalmente conhecidas e não há formas comprovadas de prevenção. No entanto, alguns fatores de risco já foram identificados, como idade acima de 60 anos e histórico familiar da doença, que acomete mais homens do que mulheres.

Embora não exista uma maneira definitiva de evitá-la, a hematologista orienta que manter um estilo de vida saudável pode contribuir para a saúde geral do organismo. Uma alimentação equilibrada, com acompanhamento nutricional, boa higiene bucal e vacinas em dia são hábitos que podem trazer benefícios para o bem-estar e fortalecer o sistema imunológico.

Sair da versão mobile