Mitos e Verdades sobre Hipertensão Arterial – a popular pressão alta
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A hipertensão arterial, conhecida popularmente como “pressão alta”, afeta cerca de 27,9% da população brasileira (dados da Vigitel de 2023). Ainda que seja uma doença que atinge boa parte da população, ela é cercada de mitos e verdades que precisam ser esclarecidos, conforme destaca a cardiologista Fernanda Weiler, do Sírio Libanês de Brasília. Confira, a seguir, os principais mitos e verdades a respeito da dessa doença:
Mito 1: A hipertensão é uma doença que aparece apenas na terceira idade
A verdade: Antes a doença era prevalente em pessoas mais velhas. No entanto, mudanças no estilo de vida – especialmente alimentação e sedentarismo – fizeram com que a hipertensão aumentasse drasticamente, inclusive na população mais jovem. O aumento de consumo de ultraprocessados e a falta de atividade física – bastante comum em jovens – faz com que a pressão aumente junto a esse público.
Mito 2: Hipertensão não tem sintomas, por isso não precisa de tratamento
A verdade: Ainda que alguns pacientes sejam realmente assintomáticos, não significa que o organismo não corre riscos, pelo contrário: quem não sente os sintomas clássicos da hipertensão (dores de cabeça, tontura e mal-estar) pode evoluir para um diagnóstico ainda mais sério por conta da falta de tratamento.
Mito 3: Basta cortar o sal e a pressão normaliza
A verdade: Não basta apenas cortar o sal das refeições e seguir se alimentando de ultraprocessados ricos em sódio. Para o melhor controle dos níveis pressóricos, além do cuidado com o sal, é preciso controlar o que é consumido. Ultraprocessados são ricos em sódio e seu alto consumo pode manter elevada a pressão arterial. A preferência é consumir alimentos naturais e ricos em nutrientes.
Mito 4: Medicamentos para hipertensão são sempre necessários e devem ser tomados para o resto da vida
A verdade: Cada caso é um caso a ser avaliado individualmente. Quando se fala em hipertensão arterial é preciso entender o quão elevada ela está. Casos de hipertensão leve podem – muitas vezes – ser tratados apenas com mudanças no estilo de vida, focando na alimentação saudável, na prática de atividade física e no controle de tóxicos, como tabagismo e etilismo. Outros casos mais severos podem pedir a intervenção medicamentosa. Mas vale dizer que, mesmo quando há necessidade do uso de medicação, o paciente precisa melhorar a alimentação e a prática de exercícios. Apenas o remédio não vai, de fato, solucionar o problema, uma vez que a causa não é tratada.
Mito 5: Quem tem pressão normal não precisa se preocupar com hipertensão
A verdade: A pressão arterial varia em seu índice naturalmente ao longo do dia. Durante a prática esportiva, ela é naturalmente mais elevada quando comparada ao organismo em repouso. E se ela é variável em atividades corriqueiras, por que não poderia mudar por conta dos hábitos de cada indivíduo? Uma pessoa que passou anos com a pressão arterial considerada normal e que, por exemplo, interrompe as atividades físicas e passa a se alimentar com mais ultraprocessados, pode, sim, desenvolver a hipertensão arterial. O mesmo pode acontecer com uma gestante que, a depender dos fatores, pode ter um aumento de pressão que seguirá mesmo depois do parto. O aconselhado é fazer medidas esporádicas de pressão e buscar ajuda de um especialista ao menor sinal de aumento. Muitas vezes o diagnóstico precoce faz a diferença no tratamento.