Enfermeira Ana Cláudia Castro: “as mães, especialmente as de primeira viagem, costumam ficar muito ansiosas, principalmente quando o bebê tem dificuldades de pega e sucção”
Em um momento muito especial da vida da mulher, a amamentação pode ser difícil. Muitas mães reclamam de dor nesses instantes tão íntimos com o bebê. Para a enfermeira Ana Cláudia de Oliveira Castro, do Neocenter Maternidade/Belo Horizonte, essa é uma dificuldade comum em cerca de 80% das mães, especialmente naquelas de primeira viagem. No entanto, com o avanço da medicina, há, atualmente, novas formas de aliviar esse desconforto. Uma das novidades é a laserterapia, hoje disponível no Neocenter Maternidade para as pacientes que precisem desse tratamento para viabilizar a amamentação.
De acordo com Ana Cláudia, que é especialista em Neonatologia e em Aleitamento Materno, além desse novo recurso terapêutico, as mães contam com o auxílio de profissionais da saúde, capacitados para auxiliá-las nesses momentos tão desafiadores, principalmente nos primeiros dias da amamentação.
Geralmente, explica, nesse período, as mães, especialmente as de primeira viagem, costumam ficar muito ansiosas, principalmente quando o bebê tem dificuldades de pega e sucção. Quando começam a amamentar, o primeiro leite que produzem é o alimento ideal para o recém-nascido. Ele é denominado colostro e é altamente concentrado, rico em proteínas e em nutrientes. Por isso mesmo, uma pequena quantidade é suficiente à capacidade gástrica do bebê, que quer sugar o tempo todo. Durante esse processo de apojadura, algumas mães se queixam de dor e desconforto, sobretudo entre o terceiro e quintos dias de amamentação, quando o volume das mamas aumenta e a temperatura corporal sobe. Por isso, é importante serem orientadas sobre as diferentes posições para amamentar e sobre a mamada livre, sem horários rígidos.
Ana Cláudia explica também que durante a amamentação podem surgir ainda fissuras. “Dor, insegurança, ansiedade, medo e frustração são, assim, os principais quadros associados à amamentação”, destaca.
Tratamento com Laserterapia – Segundo a enfermeira Ana Cláudia, oito em cada 10 mulheres conhecem e buscam o recurso terapêutico do laser para intercorrências nas mamas durante a amamentação.
“Observamos um excelente resultado em nossas pacientes após a aplicação de laser e manejo clínico da amamentação. Esses procedimentos devem andar de mãos dadas para que o sucesso da amamentação aconteça. No entanto, com relação à fissura, “se a causa não for corrigida, podem ser realizadas várias sessões de laser, que nada será resolvido”, observa.
A Laserterapia, acrescenta, é um recurso terapêutico que potencializa a intervenção do profissional especializado. O laser de baixa potência age acelerando o processo de cicatrização das mamas, com diminuição do edema e da dor. “Quando associado ao manejo clínico adequado (orientação de pega, posicionamento, ordenhas de alívio), temos resultados fantásticos”, ressalta Ana Claudia, explicando que o laser pode ser usado também para tratamento de candidíase mamária, ingurgitamento e obstrução de ductos. Entretanto, frisa, “não existem evidências científicas suficientes no seu uso para tratamento da mastite”.
Outro dado importante, no tocante ao sucesso da amamentação, é o teste da linguinha do bebê, para avaliação do frênulo lingual. Esse teste é feito pela pediatra, durante a internação do bebê, e, em alguns casos, é necessária intervenção, juntamente com a avaliação da mamada pela equipe de enfermagem.
Cuidados – De acordo com Ana Cláudia, o laser não deve ser indicado com intervalo inferior que 24h, pois não terá efeito. A indicação de uma nova aplicação deve avaliar a evolução da lesão e a melhora da dor. Não há como saber quantas sessões serão necessárias.
“Como vantagem temos a eficácia para acelerar o processo de cicatrização das fissuras mamárias e prolongar a amamentação”, informa, concluindo que “Laser não faz milagre! Busque ajuda, nós podemos te ajudar! Enquanto profissionais de saúde temos a responsabilidade de orientar as gestantes durante pré-natal sobre condutas favoráveis à prática de amamentação com intuito de prevenção de possíveis traumas mamilares”.