Sudeste é a região do país com mais casos: de 34 mil por ano
Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) junto ao Instituto Nacional de Câncer (INCA), o estado de São Paulo, com 16.830 casos por ano, deve receber o maior número de diagnósticos de câncer de próstata da região. A neoplasia é o segundo câncer mais frequente em homens, precedido apenas por tumores de pele não melanoma.
De acordo com os registros, o Brasil deve somar mais de 71 mil novos casos a cada ano do triênio 2023/2025, um aumento de 8,5% em relação à estimativa anterior, que era de 65.840 casos. Só o Sudeste deve registar mais de 34 mil casos, com São Paulo chegando a ter 16.830 casos. Porém, o Espirito Santo é o que apresenta a maior prevalência do Sudeste, com 72 casos para cada 100 mil pessoas.
Para o Dr. Alfredo Felix Canalini, do Rio de Janeiro/RJ, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), o Sudeste reúne mais casos de câncer de próstata devido a ter alguns hospitais de referência para o tratamento dessa doença, que acabam recebendo mais pacientes”, explica.
A previsão para o triênio 2023-2005, do Instituto Nacional de Câncer (INCA)é do Espírito Santo ter 1.740 casos, seguido por Minas Gerais -7.970, Rio de Janeiro – 7.930, e São Paulo – 16.830. Já em prevalência, ou seja, para cada 100 mil pessoas, o quadro fica assim: Espírito Santo – 72,97%, Minas Gerais – 45,32%, Rio de Janeiro – 57,48%, e São Paulo, 47,33%.
A campanha Novembro Azul vem para reforçar a conscientização dos homens sobre a importância do diagnóstico precoce, principalmente na população de maior risco: homens com história familiar de câncer de próstata, afro descendentes e os obesos, com IMC acima de 30.
Segundo pesquisa realizada pela Qualibest, encomendada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), em sua maioria os homens não procuram médicos especialistas para fazer exames de prevenção ou, quando fazem, é por ter surgido algum sintoma.
Segundo Canalini, o exame de rotina é aconselhável a partir dos 45 anos nos homens com algum fator de risco para essa doença, pois o câncer de próstata tem, na maioria dos casos, uma evolução silenciosa. “O câncer de próstata, na fase inicial, pode não apresentar qualquer sintoma, e, na maioria das vezes, quando os sintomas surgem, 90% dos paciente já apresentam doença avançada, sem possibilidade de cura, portanto é importante a realização dos exames de dosagem do PSA no sangue (antígeno prostático específico) e o exame de toque retal, que permitem o diagnóstico da doença em fase mais inicial”, explica.
Além do diagnóstico precoce, o presidente da SBCO, Rodrigo Nascimento, ressalta a importância de adotar hábitos saudáveis. “Além dos exames para prevenção, há outras atitudes que são fundamentais para a saúde, como a prática regular de atividade física, alimentação equilibrada e não fumar”.
É importante informar quais são os fatores que aumentam o risco de câncer de próstata, que são:
Envelhecimento – O risco de câncer de próstata aumenta com a idade. É mais comum depois dos 50 anos.
Raça – Por razões ainda não determinadas, os negros têm um risco maior de câncer de próstata do que as pessoas de outras raças. Nos negros, o câncer de próstata também tem maior probabilidade de ser agressivo ou avançado.
Histórico familiar – Se um parente de sangue, como pai, irmão ou filho, tiver sido diagnosticado com câncer de próstata, o risco pode aumentar. Além disso, se houver histórico familiar de genes que aumentam o risco de câncer de mama (BRCA1 ou BRCA2) ou um histórico familiar muito forte de câncer de mama, o risco de câncer de próstata pode ser maior.
Obesidade – Pessoas obesas podem ter um risco maior de câncer de próstata em comparação com pessoas consideradas com peso saudável, embora os estudos tenham tido resultados mistos. Em pessoas obesas, o câncer tem maior probabilidade de ser mais agressivo e de retornar após o tratamento inicial.
Tratamento em casos de câncer de próstata
O tratamento indicado para os pacientes com diagnóstico de câncer de próstata vai depender de alguns fatores, sendo os principais: a idade e a situação clínica geral do paciente, o estágio da doença (se a doença ainda está localizada ou se já está avançada), e o seu grau de agressividade. Nem sempre a cirurgia é necessária. Quando a doença ainda está localizada, porém tem potencial de maior agressividade e o paciente é mais jovem e com grande expectativa de vida, o tratamento mais indicado á a cirurgia. Em alguns desses casos, pode ser proposta a observação vigilante no tumor, também conhecida como vigilância ativa, principalmente nos cânceres com menor potencial de agressividade e menor risco de evolução.
Para doença localmente avançada, o indicado é combinar radioterapia ou cirurgia com tratamento hormonal. Já nos casos de metástase (quando o tumor se espalha para outras partes do corpo), o tratamento mais indicado é a terapia hormonal.
Como a escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada, de acordo com a avaliação médica, o cirurgião oncológico urologista é um dos profissionais habilitados para o planejamento terapêutico e cirúrgico do câncer de próstata. De acordo com a SBCO, juntamente à uma equipe multidisciplinar, este especialista poderá definir qual é a melhor, mais segura e eficaz conduta para cada paciente.