Novembro Roxo alerta sobre a prematuridade

“O prematuro não é só um bebê que nasceu pequeno: é um recém-nascido que ainda estava terminando de se organizar lá dentro do útero”, explica neonatologista

Foto/crédito: Freepik

O Hospital e Maternidade Santa Joana/São Paulo/SP está reforçando as ações de conscientização sobre prematuridade. Principalmente, o acolhimento às famílias que passam por um parto antes da hora. O nascimento antecipado acontece quando o bebê nasce antes de 37 semanas de gestação. Nesses casos, ele pode apresentar desafios respiratórios, alimentares e de desenvolvimento que exigem uma equipe especializada e uma estrutura Neonatal preparada.

De acordo com a Dra. Filomena Bernardes, neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, “o prematuro não é só um bebê que nasceu pequeno: é um recém-nascido que ainda estava terminando de se organizar lá dentro do útero. Nosso trabalho é oferecer aqui fora o que ele ainda precisava, como calor, proteção, nutrição e estímulos no tempo certo”.

O cuidado não é apenas técnico, mas também emocional. O nascimento prematuro costuma ser diferente do que a família imaginou: muitas vezes o quarto está pronto, mas o bebê está em cuidados intensivos, a mãe ainda está se recuperando do parto e o restante da família precisa conciliar trabalho e visitas, os avós estão aflitos. Por isso, o Santa Joana procura tirar os pais do lugar de “visitantes” e trazê-los para dentro do cuidado diário.

“Quando a família entende o que está acontecendo, a ansiedade pode ser minimizada, o vínculo com o bebê é importante, a família é terapêutica”, afirma a médica. Esse acolhimento inclui presença dos pais no hospital de forma participante, desde um simples toque até a adoção do método canguru (política de saúde que oferece cuidado integral e humanizado a recém-nascidos prematuros ou de baixo peso). Explicações constantes são necessárias sobre a evolução, exames e aparelhos, além de apoio psicológico para lidar com medo, culpa e cansaço.

O esclarecimento de que a prematuridade tem várias causas como doenças maternas, gestações múltiplas, infecções ou parto antecipado para proteger parturiente e filho, colabora para que a mãe não atribua a si a interrupção da gestação: “Aquele que acabou de ter um prematuro precisa ouvir que continua sendo a melhor pessoa para aquele bebê. Mesmo se ele estiver cheio de fios e monitorado, ele reconhece sua presença”, reforça a Dra. Filomena. Por isso, o hospital orienta sobre ordenha e manutenção da lactação mesmo com o bebê internado, ajuda a organizar a rotina entre hospital e casa e cria espaço para que essa mãe possa falar sobre o parto que não aconteceu como ela imaginava.

“Família de prematuros muitas vezes dizem: ‘meu filho nasceu, mas eu não pude levá-lo para casa, não pude usar o enfeite da porta do quarto, não pude receber as visitas para conhecê-lo. Dar espaço para o choro, explicar cada aparelho, mostrar que o bebê está recebendo todo o cuidado necessário, acalma e fortalece”, acrescenta a médica, lembrando ainda que “ cuidado continua depois da alta: a ideia é que a família não saia do hospital para casa sem saber o que fazer e que seja possível oferecer para aquelas crianças, terapias e tratamentos que impactem positivamente em seu desenvolvimento”.

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