Dra. Patrícia Marques: “todo procedimento deve ser realizado em ambiente hospitalar, com profissional qualificado e credencial, seguindo todos os protocolos de segurança e com o uso de medicamentos testados e aprovados pelos órgãos regulamentadores¨
Um homem foi atendido em um hospital em São Paulo na semana passada, com ferimentos graves no nariz, após fazer uma rinoplastia caseira, utilizando materiais domésticos, produtos químicos como, álcool 70% e supercola, além de anestésico veterinário. A situação acendeu um alerta, uma vez que todo procedimento cirúrgico deve ser realizado em ambiente hospitalar e por um médico especializado, e isso inclui a rinoplastia, que é indicada para melhorar o perfil, alterar a ponta ou diminuir o osso do nariz, a fim de deixar o rosto mais harmonioso.
A Rinoplastia é um dos procedimentos mais populares no mundo. De acordo com a SBCP – Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, é o quinto mais feito no Brasil, que ocupa o segundo lugar no ranking de países que mais realizam cirurgias plásticas conforme levantamento do ISAPS – Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética.
Nos últimos anos, os vídeos com dicas e até passo-a-passo de como realizar rinoplastia caseira ganharam popularidade nas redes sociais. A cirurgiã plástica Patrícia Marques, de São Paulo, membro da SBCP e especialista em cirurgias de cabeça e pescoço, alerta para o perigo da prática. “Seja no nariz ou em qualquer outra parte do corpo, as tentativas domésticas de alterar algum aspecto físico de forma permanente oferecem muitos riscos de saúde ao paciente. Além de ineficazes, ainda podem gerar complicações graves como, necroses, infecções e obstrução nasal, entre outras situações que podem, inclusive, levar o paciente a óbito”, afirma.
Além disso, antes de qualquer cirurgia plástica, muitos fatores precisam ser levados em consideração. No caso da rinoplastia, a proporção e a simetria facial por meio de medidas da face são essenciais para um resultado harmonioso e satisfatório.
A médica reafirma que qualquer procedimento deve ser realizado em ambiente hospitalar, com um médico especialista, credenciado, seguindo todos os protocolos de segurança e com o uso de medicamentos testados e aprovados pelos órgãos regulamentadores.
“É preciso autorresponsabilidade diante da insatisfação com alguma parte do corpo e procurar ajuda profissional, porque mesmo em condições ideais, complicações pós-operatórias podem ocorrer em qualquer tipo de cirurgia, mas são muito mais raras quando realizadas por médicos especialistas credenciados”, finaliza a cirurgiã.