O Dr. Wuilker Knoner Campos, presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, esclarece dúvidas sobre o tema.
Imagem cérebro: Pixabay
A recente cirurgia do presidente Lula chamou a atenção para a importância dos cuidados, principalmente dos idosos, para evitar tombos em casa. No dia 19 de outubro, o presidente sofreu uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada, onde reside, em Brasília (DF). De lá para cá, foram 52 dias até que Lula tivesse de ser submetido à cirurgia para a drenagem do hematoma subdural crônico.
Conforme explica o presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Wuilker Knoner Campos, “o hematoma subdural crônico é um acúmulo de sangue na superfície do cérebro, causado por um sangramento lento entre o cérebro e o crânio. Ele acontece geralmente após um trauma leve na cabeça, muitas vezes esquecido ou nem percebido, especialmente em pessoas mais velhas. Esse sangramento se acumula ao longo de semanas ou meses, comprimindo o cérebro e causando sintomas progressivos”.
Entre as causas e fatores de risco, o Dr. Knoner Campos destaca:
•Traumas leves na cabeça – Uma queda ou batida na cabeça, mesmo que pareça insignificante, pode romper pequenos vasos sanguíneos.
•Idade avançada – O cérebro encolhe com o envelhecimento, deixando mais espaço para o sangue se acumular.
•Uso de anticoagulantes e aspirina – Esses medicamentos aumentam o risco de sangramentos.
•Consumo excessivo de álcool – Pode fragilizar os vasos sanguíneos.
Sintomas – Como o hematoma se desenvolve lentamente, os sintomas podem ser sutis no início, piorando com o tempo:
•Dor de cabeça constante
•Confusão e desorientação
•Sonolência e apatia
•Dificuldade para andar
•Fraqueza em um lado do corpo
•Alterações de memória ou comportamento
•Convulsões em casos mais graves
O diagnóstico é feito com exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, que mostram o acúmulo de sangue e a compressão do cérebro.
O tratamento depende de cada caso, por exemplo:
- Casos leves – Podem ser monitorados se os sintomas forem mínimos e estáveis.
- Casos graves – A cirurgia para drenagem do sangue é necessária. O procedimento mais comum é a craniotomia (abertura no crânio) ou a trepanação (pequenos furos no crânio), permitindo a retirada do hematoma.
Como prevenção e cuidados que as pessoas devem ter, principalmente isodos, o Dr.Knoner Campos alerta para as quedas (evite tapepes, mas caso queira, use tapetes antiderrapantes e mantenha a casa bem iluminada, medicamentos anticoagulantes, apenas com orientação médica, e nada de álcool em excesso.
“Embora o hematoma subdural crônico seja uma condição séria, ele tem tratamento e muitos pacientes se recuperam bem após a intervenção adequada. Ficar atento aos sintomas e buscar ajuda médica ao notar qualquer alteração de comportamento, memória ou equilíbrio pode salvar vidas!”, alerta o médico.