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Ter uma dieta rica em alimentos que contribuam com o sistema imunológico é fundamental em todos os pilares da vida, sem distinção de faixa etária. A partir dela, é possível evitar a obesidade, prevenir doenças – incluindo o câncer -, ter uma melhor qualidade de vida e diversos outros benefícios. O Dia Mundial da Obesidade, com ações realizadas ontem (04 de março), é uma data importante para a conscientização sobre os riscos da obesidade. Dados apontam que 13 tipos de câncer são ligados ao excesso de gordura corporal.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% dos casos de câncer poderiam ser evitados se os fatores de risco fossem observados. Dentre eles, má alimentação, sedentarismo, ingestão de bebidas alcóolicas, alimentos ultraprocessados, entre outros.
Além disso, de acordo com uma análise global, recentemente publicada na revista The Lancet, feita em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas estão vivendo com obesidade no mundo. A pesquisa, realizada no período entre 1990 e 2022, mostrou que esse número mais que dobrou nos adultos e quadruplicou nas crianças, representando 879 milhões e 159 milhões de pessoas com obesidade, respectivamente. Em 1990, o estudo apontou que 195 milhões de adultos estavam obesos, enquanto 31 milhões de crianças e adolescentes apresentam a condição.
Riscos – De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os números da doença tendem a crescer nos próximos anos. E esse fator vem ainda acompanhado de uma perspectiva ligada ao ganho de peso da população. Ao todo, cerca de 13 tipos de câncer já possuem alguma relação com a obesidade, sendo os mais comuns, os de fígado, mama, tireoide, ovário, rim, pâncreas e estômago.
E essa é uma realidade que tende a evoluir de forma negativa: até 2025 serão 29 mil novos casos de câncer causados pelo excesso de peso (4,6% do total), segundo o estudo epidemiológico, feito em colaboração com a Harvard University (Estados Unidos) e publicado em 2018.
Para o oncologista Daniel Gimenes, da Oncoclínicas/São Paulo, “a obesidade é a segunda maior causa evitável da doença, perdendo apenas para o tabagismo. No entanto, devido a diminuição do número de fumantes, é esperado que nos próximos anos ela seja a condição prevenível mais comum. Além do câncer, vale lembrar que problemas como diabetes, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e doenças cardiovasculares podem ser evitadas a partir de medidas simples para controle do excesso de peso”.
Prevenção – Segundo o especialista, é imperativo o desenvolvimento de políticas públicas focadas em orientar a sociedade sobre hábitos alimentares pouco saudáveis, como ingestão de gorduras, açúcares e produtos industrializados em excesso. “Fast Food, salgadinhos de pacote, embutidos, sucos de caixinha, refrigerantes e ultraprocessados em geral são os responsáveis pelo aumento da incidência de sobrepeso e obesidade entre a população nos mais diversos países, inclusive o nosso. Estes fatores elevam os riscos de incidência de câncer e devem ser diretamente evitados em todas as fases da vida”, explica.
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer analisou em 2016, através de diversos estudos, evidências comprovando que a ausência de gordura corporal excessiva reduz o risco de câncer. Contudo, a OMS estima que 20% de todos os cânceres possuem alguma relação com a obesidade.
Diante disso, o Dr. Daniel Gimenes reforça a importância de uma alimentação equilibrada. “Ela é a chave para a diminuição da progressão dos casos de câncer”, afirma, explicando que “a dieta saudável é aquela que o indivíduo tem a orientação de um nutricionista ou nutrólogo e que tenha um cardápio composto de alimentos integrais, frutas, verduras, proteínas de carne branca, além de limitar o consumo de carne vermelha, carnes defumadas e processadas e a ingestão de bebidas açucaradas e alcoólicas em geral”.