Dr. Sérgio Braga: “a relação entre obesidade e hipertensão será um dos temas discutidos no Simpósio do Hospital da Obesidade, que será realizado em 10 de agosto, em Camaçari”.
O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, lembrado em 26 de abril, é uma oportunidade de falarmos sobre essa condição, que está presente na vida de 36 milhões de brasileiros e que tem na obesidade um fator de risco importantíssimo, alerta o diretor técnico do Hospital da Obesidade, Dr. Sérgio Braga, Camaçari/Bahia, ao informar que a obesidade provoca inflamações silenciosas e constantes no corpo, alterando genes do sistema de controle da pressão arterial, provocando vasoconstrição e provocando o aumento da pressão. A condição surge e avança, às vezes durante anos, com sintomas discretos ou até mesmo inexistentes, e pode levar à morte, já que cerca de 200 mil pessoas falecem no Brasil todos os anos em consequência dela. A relação entre obesidade e hipertensão será um dos temas discutidos no Simpósio do Hospital da Obesidade, que será realizado em 10 de agosto, em Camaçari.
Conforme o médico explica, a hipertensão ocorre quando há constrição dos vasos sanguíneos a ponto de aumentar demais a pressão do sangue nas artérias, forçando as paredes das próprias artérias e o coração. “É diagnosticada quando o paciente apresenta, com frequência, níveis de tensão arterial superiores a 140×90 mmHg ou 14 por 9, como se diz popularmente”, explica.
Uma pessoa hipertensa tem chance muito maior de apresentar problemas cardiovasculares como infarto, aneurisma, acidente vascular cerebral (AVC), além de complicações nos rins, alterações na visão e impotência sexual.
Quando adicionamos o fator da obesidade nesta equação, o risco de hipertensão aumenta perigosamente. “Um excesso de apenas 20% no peso normal pode aumentar em até oito vezes a chance de desenvolver hipertensão, principalmente nos casos de obesidade visceral ou abdominal. Enquanto, nas pessoas com peso considerado normal, a prevalência de hipertensão é de 17,5%, em pessoas com sobrepeso esse índice é de 24%, e, em obesos, ultrapassa os 35%”, aponta.
Além da obesidade, a ingestão contínua de sal acima do limite recomendado (5 gramas por dia), também é um fator importante para a hipertensão. “Por isso, fazemos a recomendação de se evitar exageros no sal, bem como os alimentos ultraprocessados, que costumam ter muito sódio”.
De acordo com o Dr. Sérgio, o tratamento da obesidade contribui para melhora do quadro de hipertensão.Por essa razão, o tratamento da obesidade é vital para evitar a hipertensão e suas piores consequências. Estatísticas comprovam que a redução de apenas 10% do peso corpóreo já tem grande eficácia. Isso porque, os hipertensos que perdem peso podem ter a pressão arterial diminuída em até 1,6mmHg por quilo perdido. “Perdas de peso muito discretas também podem fazer a diferença. Em pacientes com hipertensão leve, reduções pequenas de peso podem até mesmo normalizar completamente os índices de tensão arterial. Por isso, é tão importante realizar o tratamento e mudar de vida”, orienta.
Com mais de 10 anos de experiência no tratamento da obesidade mórbida, o Hospital da Obesidade de Camaçari/Bahia, oferece tratamento direcionado, com um programa de alimentação balanceada e atividades físicas específicas para cada paciente, sempre com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.
Todos os anos, o Hospital realiza o Simpósio de Obesidade, com o objetivo de promover o compartilhamento de experiências e a promoção da troca de conhecimentos sobre a temática da obesidade. No ano passado, o evento teve a temática “Um novo olhar para o tratamento da obesidade”, e contou com a participação de grandes nomes da medicina baiana e brasileira, incluindo representantes de entidades médicas e sociedades de especialidades médicas. Também estiveram presentes e participaram de uma mesa redonda alguns profissionais da equipe interdisciplinar do Hospital da Obesidade.