Odontologia 3D abre novos caminhos no tratamento odontológico

Dr. José Todescan Júnior: “ao substituir as moldagens convencionais pelo escaneamento digital, eliminamos o contato com saliva e sangue, reduzindo significativamente o risco de contaminação”
Quem já precisou fazer um tratamento odontológico sabe como pode ser desconfortável aquele processo de moldagem, onde o dentista coloca uma massa na boca para tirar a forma dos dentes. Mas o que muita gente não imagina é que esse método tradicional também traz riscos de infecção cruzada, já que leva saliva e, em alguns casos, sangue do paciente para o laboratório. A boa notícia é que a odontologia 3D está mudando esse cenário, tornando os procedimentos mais rápidos, precisos e seguros.
Um estudo publicado na Revista Biociências da Universidade de Taubaté mostrou que a desinfecção inadequada de moldes e próteses pode ser uma porta de entrada para a contaminação cruzada entre consultórios e laboratórios. Os pesquisadores destacam a necessidade de protocolos rígidos para evitar a transmissão de microrganismos nesse processo.
Para o Dr. José Todescan Júnior, de São Paulo/SP, especialista em Prótese Dental e membro da International Federation of Esthetic Dentistry (IFED), o uso da odontologia digital representa um grande avanço na segurança dos tratamentos. “Ao substituir as moldagens convencionais pelo escaneamento digital, eliminamos o contato com saliva e sangue, reduzindo significativamente o risco de contaminação. Isso torna os tratamentos mais seguros tanto para os pacientes quanto para os profissionais”, explica.
Como funciona a odontologia 3D – A principal diferença entre a odontologia tradicional e a digital está na forma como a informação dos dentes do paciente é capturada. Em vez de moldagens físicas, que precisam ser enviadas a um laboratório, o dentista usa um scanner 3D para registrar digitalmente a boca do paciente. Esse arquivo é enviado diretamente para o computador, sem contato com substâncias biológicas.
Além da segurança, a precisão desse método é um dos grandes diferenciais. Como o escaneamento capta detalhes minuciosos da estrutura dentária, a peça fabricada se ajusta melhor, evitando problemas de encaixe e necessidade de ajustes repetitivos. Isso significa um tratamento mais rápido e confortável para o paciente.
De acordo com o Dr. José Todescan, a tecnologia digital não se limita à confecção de próteses e coroas. Hoje, o escaneamento 3D é utilizado para várias etapas do tratamento odontológico. Ele pode ser aplicado na produção de aparelhos ortodônticos personalizados, guias cirúrgicos para implantes e até na confecção de facetas de porcelana. Essa inovação também permite que o próprio consultório fabrique as peças, sem a necessidade de um laboratório externo. “O que antes demorava semanas, agora pode ser feito em poucas horas dentro do consultório. Isso melhora a experiência do paciente, que não precisa voltar várias vezes para ajustar uma peça. É mais rápido, mais confortável e com um resultado superior”, destaca o especialista.
Desafios e o futuro da odontologia digital – Apesar das vantagens, a transição para a odontologia digital ainda enfrenta desafios. O custo dos equipamentos e a necessidade de capacitação dos profissionais são fatores que impedem uma adoção mais ampla. Mas, com o avanço da tecnologia e a popularização dos scanners 3D, a tendência é que cada vez mais consultórios adotem essa abordagem, conclui Dr. Todescan.