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Pacientes pediátricos de hemodiálise da Santa Casa BH recebem acompanhamento psicopedagógico

Atividades voltadas para a escrita, leitura e cognição garantem o desenvolvimento pedagógico de pacientes de até 12 anos

Foto: Divulgação

A rotina de quem faz tratamento de hemodiálise não é fácil. São necessárias normalmente três sessões por semana que duram, em média, de 3h a 4h cada uma. Para as crianças, conciliar o tratamento com o período escolar se torna um grande desafio tanto para eles quanto para os pais.

A ideia do acompanhamento psicopedagógico surgiu quando a equipe do Ambulatório de Nefrologia da Santa Casa BH percebeu que muitos pais deixavam de levar as crianças para a escola para não atrapalhar o tratamento. Além das sessões de hemodiálise, o tempo gasto no deslocamento também é um fator que pesa nessa decisão, já que muitas famílias vêm do interior de Minas Gerais.  

O caminho escolhido para diminuir essa distância foi o de contratar uma psicopedagoga. Clarissa Figueiredo atende no ambulatório 15 crianças de 0 a 12 anos em um trabalho focado na alfabetização – com o auxílio de uma biblioteca ambulante com livros e revistas reunidos de doações -, do raciocínio lógico entre outras atividades lúdicas pensadas de acordo com a necessidade de cada criança. 

“A gente tem que entender que criança é criança e para ela, muitas vezes, é difícil aceitar que precisa fazer a hemodiálise. Então, além de compensar essa ausência escolar com as atividades pedagógicas, a gente busca também identificar e trabalhar as emoções delas, como o medo, a raiva e a confusão, já que muitas não entendem por que precisam estar em um ambiente hospitalar toda semana”, explica Clarissa. 

O acompanhamento se estende para além das sessões. Os pais também recebem apoio e são orientados tanto com relação ao tratamento quanto na parte escolar. Algumas delas, inclusive, foram matriculadas na escola com o apoio da psicopedagoga. “As sessões já são cansativas e ainda tem pacientes que vêm de longe. Por isso, alguns acabam não indo à escola regularmente. Nesse sentido, a gente orienta e auxilia os pais também quanto a isso. Para muitas famílias, fica difícil conciliar a rotina da escola com o tratamento. Então, a gente vai acompanhando e tentando compensar isso na medida do possível”, afirma Clarissa, ao destacar que, aos poucos, as crianças envolvidas começam a demonstrar melhorias na sociabilização dentro e fora do ambulatório, no relacionamento com outras crianças e na motivação para seguir com o tratamento.

“Como a sessão dura horas, é normal que elas durmam durante o processo, mas já tem aquelas que preferem ficar acordadas para participar das atividades e isso é muito recompensador”, observa Clarissa, animada. 

Esse sentimento de poder fazer algo a mais por essas crianças é compartilhado também por toda a equipe do Ambulatório de Nefrologia da Santa Casa BH. Para a gerente, Sâmia Buitrago, é poder contribuir para o presente e o futuro delas. “A gente que está aqui todos os dias e acompanha essas famílias sabe como é difícil e desafiador encarar essa rotina. Então, é uma realização, como profissional, ver que é possível contribuir para o desenvolvimento escolar delas, mesmo fora da sala de aula. Temos certeza de que isso fará diferença no futuro dessas crianças”. 

Videogames – O acompanhamento psicopedagógico não é a primeira iniciativa da Santa Casa BH destinada a tornar as sessões de hemodiálise menos entediantes para os pacientes infantis. Em novembro do ano passado, em uma iniciativa inédita no atendimento pediátrico do SUS em Minas Gerais, seis videogames foram doados para o setor. 

A iniciativa, idealizada pela superintendente dos Serviços Ambulatoriais, Flávia Cerqueira, e pela coordenadora médica do Instituto Materno Infantil da Santa Casa BH, Dra. Filó, ganhou vida graças ao apoio de parceiros dedicados. Entre eles, destaca-se a empresária Nínive e amigos como o jogador do Atlético Hulk Paraíba e sua esposa, Camila Ângelo, que contribuíram com a doação dos videogames e de toda a estrutura necessária para o projeto.

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