Dr. Diogo Romariz Peixoto: “as queimaduras elétricas são, geralmente, muito agressivas e, inúmeras vezes, os mais atingidos são trabalhadores”.
Dados do Ministério da Saúde apontam que entre os casos de queimaduras notificados no País, a maior parte ocorre nas residências e nos ambientes de trabalho. Em casa, os idosos compreendem um grupo de risco alto para queimaduras devido a menor capacidade de reação e às limitações físicas peculiares à idade avançada. Já para as mulheres adultas, os casos mais frequentes de queimaduras estão relacionados a várias situações domésticas (como cozimento de alimentos, riscos diversos na cozinha, acidentes com botijão de gás etc.), entre os adultos do sexo masculino, as queimaduras mais frequentes ocorrem em situações de trabalho. De forma geral, para toda a população, as queimaduras devido ao uso de produtos inflamáveis são as predominantes.
Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), outras formas muito comuns de queimaduras são as que ocorrem por agentes químicos e as resultantes de corrente elétrica. Estas são as mais frequentes no atendimento às vítimas em centros de tratamento de queimaduras. Conforme a entidade, as queimaduras químicas são produzidas por agentes ácidos ou por bases e são capazes de causar, além do dano cutâneo ou no trato respiratório, alterações sistêmicas diversas. Por sua vez, as queimaduras elétricas são geralmente muito agressivas e, inúmeras vezes, os mais atingidos são trabalhadores.
Tratamento e prevenção – De acordo como Ministério da Saúde, o Paraná é o terceiro estado no ranking de maior proporção de queimados no país. Só na capital paranaense, em 2020, houve um crescimento de 39,5%, totalizando mais de 1.400 pessoas que foram internadas para tratar queimaduras.
Diogo Romariz Peixoto, médico responsável pelo Centro de Tratamento de Queimaduras do Pilar Hospital, em Curitiba (PR), explica que o primeiro passo é fazer a avaliação das lesões. Isso é fundamental para orientar as condutas a serem tomadas. “Nossa principal intenção é com a manutenção da vida, assim, após os primeiros atendimentos relacionados à sobrevivência do paciente, começamos a etapa de examinar atentamente a área afetada, a profundidade das lesões, o agente causador das queimaduras e quais áreas corporais foram atingidas. Após, é possível estabelecer um tratamento no hospital ou em ambulatório com visitas frequentes, a depender das condições do paciente”, comenta o especialista.
Peixoto ressalta, ainda, que a tecnologia tem ajudado muito no tratamento de vítimas. “No Pilar Hospital, por exemplo, dispomos de diferentes modelos de câmara hiperbárica (multipaciente e monopaciente), que otimizam a cicatrização, auxiliam no combate às infecções e aceleram a plena recuperação dos pacientes. Além disso, o novo Centro de Tratamento de Queimados, implementado neste ano, está completamente integrado com área de Terapia Intensiva, além de contar com o atendimento de uma equipe multidisciplinar com cerca de 30 profissionais que atuam para a recuperação desses casos”, relata.
Há alguns anos que o Pilar Hospital já se dedica ao tratamento de lesões complexas com curativos especiais, algumas causadas por queimaduras. Desde janeiro deste ano, os pacientes (particulares e de planos de saúde) podem ser atendidos no Centro de Tratamento de Queimados do hospital, tanto casos leves quanto complexos, resultantes de queimaduras térmicas, químicas e elétricas, por exemplo.
“O nosso protocolo de tratamento foi ampliado para permitir atendimento completo. Muitos casos de queimaduras exigem longos períodos de internação e tratamento. Com acesso às câmaras hiperbáricas, principalmente com a chegada da versão monopaciente, na qual o paciente pode ficar sozinho e isolado, diminuímos as chances de infecção e sequelas. Aliado ao acesso a todos os tipos de curativos, oferecemos o que há de mais atual em termos de tecnologia, hotelaria adaptada e especializada, possibilitando maior conforto para aqueles que enfrentam o tratamento. Buscamos, além de um atendimento de qualidade, diminuir o uso de antibióticos e possibilitar a recuperação completa no menor tempo possível, de acordo com cada quadro”, conclui o médico Diogo Peixoto.