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Para quem pratica esportes, seja um amador ou profissional, e para casos mais específicos diários, as articulações recebem impactos frequentes, em atividades mais simples, como a caminhada, e mais complexas, como na corrida e em esportes de alto impacto. Nesses casos, locais como o joelho, o quadril e o tornozelo sofrem com o desgaste de possíveis abusos, além do impacto natural dos anos passando.
Para o joelho e o quadril, é mais comum que a saída final seja a colocação de uma prótese, visando a substituição da parte mais danificada. Porém, a prática não é tão comum no tornozelo, apesar da chance de haver impactos debilitantes e de doenças como a artrose, que causa diversas dores em qualquer pessoa, independente do biotipo e da rotina de exercícios.
Há alguns anos, quando todos os tratamentos tradicionais se mostram ineficazes, há a possibilidade de optar pela prótese no local, com segurança. Assim, a qualidade de vida do paciente pode apresentar melhoras e não atrapalhar os afazeres domésticos ou profissionais.
De acordo com o ortopedista Tiago Baumfeld, especialista em próteses no local, de Belo Horizonte/MG, “os modelos atuais de próteses possuem três componentes: tibial, intermediário de polietileno e Talar. O primeiro, que se liga à tíbia, e o último, que liga-se ao tálus, apresentam ligas metálicas, sendo, na maioria das vezes, utilizado cromo e cobalto com superfície porosa de contato com o osso, integrando, assim, o osso à prótese. O dispositivo intermediário é de material plástico, chamado de polietileno, que é altamente irradiado para a melhora da sua durabilidade”.
Apesar de ter se popularizado no Brasil há cinco anos, os modelos disponíveis no País ainda são escassos e com menos variedade dos vistos em locais como EUA e Europa. Os tipos a serem utilizados são “Cadence”, “Vantage” e “Infinity”. Atualmente, se encontram em sua quarta geração.
No Brasil, ressalta, “temos atualmente o modelo Infinity, que é uma prótese utilizada para artroplastia primária, ou seja, para pacientes com artrose que nunca foram submetidos à prótese anteriormente. A Inbone II, também disponível no Brasil, é uma prótese de revisão, utilizada em casos de substituição de uma prótese já existente, devido a alguns motivos como, desgaste da prótese, falha da sustentação ligamentar ou do suporte ósseo”.
Com a chance de maior crescimento da prática na área cirúrgica, modelos mais avançados podem chegar ao País e mais pessoas podem se submeter ao procedimento. Para isso, é preciso que os médicos estejam mais abertos para essa modalidade de tratamento.
Segundo Baumfeld, a cirurgia de prótese de tornozelo ainda não tem a mesma aceitação que as de joelho e quadril. Por enquanto, a baixa procura pela operação também afeta na melhoria dos materiais disponibilizados aqui. “É tudo questão de demanda: quando aumentar o número de cirurgias, aumentará a qualidade dos materiais no Brasil”, observa, acrescentando que, com a melhoria das próteses disponíveis, aumenta, também, o tempo de duração, fazendo com que o retorno para a troca seja mais demorado e trazendo mais confiança no procedimento e na rotina após a cirurgia.
A intenção, afirma, é de que, após a operação, o paciente consiga voltar aos exercícios físicos e ao dia a dia com uma redução significativa da dor, trazendo a mobilidade da articulação de volta e dando mais liberdade e agilidade à pessoa.