Quase 150 mil pessoas fazem hemodiálise no Brasil

José Bonifácio Araújo e o filho Welington Domiciano Araújo fazem tratamento de hemodiálise / Crédito foto: Divulgação FSFX

Morador de Ipatinga, Welington Domiciano Araújo, de 46 anos, tem passado por momentos difíceis na vida. Aos 27, ele descobriu que tinha pressão alta, agravada pela obesidade. Após passar por dois infartos, nos anos de 2016 e 2017, foi perdendo a capacidade de funcionamento dos rins, chegando a apenas 18%. Há dois anos e meio, ele iniciou a hemodiálise no Centro de Terapia Renal Substitutiva do Hospital Márcio Cunha (HMC) / Ipatinga/MG.

Três vezes por semana, Welington faz hemodiálise, com duração de três horas e meia cada sessão. “Eu sempre passei por muitas complicações de saúde, mas hoje me sinto mais amparado com o tratamento da hemodiálise. Não é fácil passar pelo procedimento, mas consigo ter uma qualidade de vida melhor do que eu tinha antes”, ressalta.

Assim como Welington, seu pai José Bonifácio Araújo também sofre com problema nos rins e faz hemodiálise no HMC. O aposentado, de 67 anos, tem diabetes e iniciou o procedimento pouco depois do filho. Ele alerta para a necessidade de cuidados preventivos. “A gente só acredita quando acontece com a gente. É importante levar a sério os cuidados com a nossa saúde e as recomendações dos médicos. Eu acabei não fazendo isso e hoje preciso desse tratamento”, comenta.

A conscientização é importante e, por isso, nesta quinta-feira, 9 de março, é comemorado o Dia Mundial do Rim. Criada pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e pela Federação Internacional de Fundações do Rim (IFKF), a campanha reúne centenas de países com o objetivo de conscientizar sobre as doenças renais, com foco na prevenção, no diagnóstico precoce e no tratamento adequado.

No país, a ação é coordenada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), que também realiza ações de conscientização. A temática da campanha deste ano é “Saúde Renal para Todos – Preparar-se para o inesperado, apoiando o vulnerável” e traz uma importante reflexão sobre o cuidado com esses pacientes.

As doenças renais são condições potencialmente graves, provocadas pela redução da eficiência das funções metabólicas dos rins. São problemas comuns que podem se apresentar de forma crônica ou aguda, causando complicações graves. Os tipos mais comuns são cálculos renais ou pedra nos rins, infecção renal ou pielonefrite, cistos renais, tumor de rim e insuficiência renal ou perda da função renal.

Assim como os casos de José Bonifácio e Wellington, as principais causas de doença renal crônica são a hipertensão e o diabetes.  “O sofrimento com doenças renais torna essencial a difusão de informações. A principal delas é o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico. A Doença Renal Crônica é silenciosa e assintomática. Por isso, costuma ser diagnosticada em estágios avançados, quando o paciente já precisa de diálise ou transplante renal”, explica Daniel Calazans, nefrologista da Fundação São Francisco Xavier.

De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Nefrologia, um a cada dez brasileiros sofre de doenças renais. Mais de 10 milhões possuem doença renal crônica (DRC) e, no mundo, esse índice chega a 850 milhões de pessoas. Segundo o último censo de 2021, o total estimado de pacientes que faziam hemodiálise no país era de 148.363 pessoas. O número de óbitos no mesmo ano de pacientes em diálise foi de 33.101. Em muitos casos, somente o transplante de rim é a solução. A fila por esse procedimento ocupa o primeiro lugar no ranking, com mais de 30 mil pacientes à espera do órgão.

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