Quase metade dos adultos e um quarto das crianças brasileiras poderão ser obesos em 2035

A orientação é priorizar dietas ricas em frutas, verduras, legumes, grãos integrais e proteínas magras
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Dados da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, revelam que a obesidade avança de forma acelerada no Brasil. Estima-se que, em 2035, 41% dos adultos estarão obesos, contra 31% em 2022. Entre as crianças, o cenário é ainda mais preocupante, com a previsão de aumento de 14% para 23% no mesmo período. Reconhecida como uma condição crônica e multifatorial, a obesidade está ligada a diversas complicações de saúde, incluindo esteatose hepática, refluxo, câncer colorretal, problemas cardiovasculares. No atendimento, sobrecarga no Sistema Único de Saúde (SUS).
A Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG, chama a atenção para as consequências diretas da obesidade na saúde digestiva e geral da população. A Dra. Rosamar Eulira Rezende, de Ribeirão Preto/SP, membro titular da entidade, ressalta a necessidade de reconhecer a obesidade como uma doença que exige atenção médica e social. “A obesidade não é apenas uma questão estética ou de estilo de vida. É uma doença que pode ter consequências graves para a saúde digestiva e geral. Profissionais de saúde e a sociedade precisam estar cientes dos riscos e trabalhar de forma coordenada para prevenir e tratá-la”, afirma.
Entre as medidas de enfrentamento, a FBG destaca a importância da alimentação equilibrada e baseada em evidências científicas. Para a entidade, é fundamental combater informações equivocadas sobre dietas rápidas e reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, que são fatores diretamente relacionados ao avanço da doença. A orientação é priorizar dietas ricas em frutas, verduras, legumes, grãos integrais e proteínas magras, além de incorporar a prática regular de atividades físicas como parte essencial da rotina preventiva.
Ao mesmo tempo, a Federação reforça que apenas mudanças individuais não serão suficientes. Para o Dra. Rezende, a participação do poder público é decisiva para conter o avanço da obesidade. Ela destaca sobre a regulação da propaganda voltada ao público infantil, a taxação de ultraprocessados e a ampliação do rastreamento de doenças associadas, além de acesso ao tratamento medicamentoso, se necessário através do sistema público de saúde, como medidas fundamentais para conter a escalada do problema. É preciso que governo e sociedade, afirma, “estejam engajados, promovendo alimentação saudável, prática de atividades físicas e acesso a tratamentos eficazes”.




