Segundo o ortopedista Lourenço Peixoto, do INTO, “a queda é um trauma de baixa energia, mas que pode provocar consequências graves, com necessidade de tratamento cirúrgico, e, alguns desfechos podem levar até à morte”
Cerca de 70% dos pacientes transferidos de outras unidades de saúde para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), entre janeiro e abril de 2022, sofreram algum tipo de queda. Pelos dados do Instituto, esses acidentes são mais comuns entre idosos. Das 115 pessoas que foram transferidas para instituição especializada em ortopedia após caírem, mais de 76% têm 60 anos ou mais.
Entre os fatores que explicam a maior incidência de quedas nesta faixa etária, um dos mais significativos é a perda de massa muscular, conhecida como sarcopenia. “O nível de fragilidade do idoso acaba aumentando porque a sarcopenia tem influência direta na perda de força e equilíbrio”, explica o chefe do Centro de Quadril do INTO, Lourenço Peixoto.
Segundo ele, as chances de queda também estão relacionadas a outros fatores de risco, como problemas de visão e labirintite, típicas do envelhecimento.
É importante destacar que grande parte das quedas acontece em casa, como em pisos escorregadios, tapetes, objetos deixados no chão e até mesmo pets podem resultar em um tombo. Na rua, os idosos enfrentam outros tipos de obstáculos, como buracos, desníveis de piso e ambientes com baixa iluminação.
Apesar de ser um acidente comum, é preciso ficar atento às quedas. De acordo com o Dr. Lourenço Peixoto, os idosos têm mais potencial para desenvolver fraturas graves do que indivíduos jovens. “A queda é um trauma de baixa energia, mas que pode provocar consequências graves com necessidade de tratamento cirúrgico, e, alguns desfechos podem levar até à morte”, alerta.
As principais fraturas sofridas pelo idoso ao cair são a do fêmur proximal, normalmente cirúrgica e com prognóstico ruim, se não tratada precocemente; a da bacia; a do ombro; do úmero proximal e do punho. O tempo de recuperação dessas lesões pode ser longo entre os mais velhos.
“São pessoas que, no geral, já possuem algum tipo de comorbidade e, durante a internação, têm maior potencial de agravar sua condição respiratória, sua situação cardiovascular e outras questões clínicas relacionadas”, ressalta o especialista.
Ele lembra também a importância das ações preventivas, fundamentais, segundo ressalta, para reduzir os riscos. Medidas simples como o uso de tapetes emborrachados e a instalação de barras de segurança nos banheiros em casa, além da prática de atividades físicas, que fortaleçam a musculatura, bem como visita regular ao oftalmologista, podem evitar esse tipo de acidente.
No site do INTO, é possível acessar a cartilha sobre prevenção de quedas, disponível em https://bityli.com/vrnydj.