Rinite: alerta para causas, sintomas e riscos da automedicação

Manter rotina de cuidados e identificar o tipo são passos essenciais para qualidade de vida

Foto: Freepik

Tratamento da rinite: do básico ao avançado” foi um dos temas abordados durante o 55º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). O evento ocorreu entre os dias 20 e 22 de novembro, em São Paulo, SP.

Condição inflamatória que atinge principalmente a mucosa nasal, que também pode envolver os seios da face, a rinite, segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, acomete cerca de 30% da população brasileira. A doença pode surgir em diferentes fases da vida e, conforme explica a Dra. Laís Lourenção Garcia da Cunha, otorrinolaringologista, alergista e imunologista, baseada em São Paulo/SP, há vários tipos de rinite.

Conforme informa, a rinite do lactante aparece desde o nascimento e está relacionada à imaturidade do sistema nervoso do bebê. No entanto, o tipo mais comum é a alérgica, que geralmente tem início quando a criança tem por volta de dois anos. Esta condição atinge cerca de 25% das crianças, podendo acompanhá-la até a fase adulta.

Causas – A rinite pode ter diferentes causas, sendo a mais frequente a alergia a agentes presentes no ambiente, como ácaros, fungos e epitélios de animais como cães e gatos, revela a Dra. Laís, ao comentar que há também as rinites não alérgicas, como a vasomotoras ou neurogênicas, desencadeadas por mudanças bruscas de temperatura, umidade ou pressão; a induzidas por medicamentos e aquela relacionada ao envelhecimento, bastante comum na população idosa, que apresenta alteração do tecido nasal, levando à coriza persistente.

“É importante ressaltar que a pessoa pode perceber os sintomas característicos da rinite, como obstrução nasal, coriza, coceira no nariz, na garganta e nos olhos, além de espirros e tosse, pela primeira vez na fase adulta, mesmo que a alergia exista desde a infância, pois muitas vezes são quadros leves, que passam despercebidos, até que uma alteração no ambiente, como mudança de cidade ou de trabalho, faça a alergia se manifestar com mais intensidade”, afirma.

Não à automedicação – Apesar de os antialérgicos estarem disponíveis nas prateleiras das farmácias, a otorrinolaringologista reforça que o melhor é evitar a automedicação. Segundo ela, medicamentos mais antigos podem causar efeitos colaterais importantes, como sono em excesso, especialmente nas crianças. “Além disso, alguns antialérgicos vêm combinados a corticoides orais e, se usados de maneira inadequada, podem gerar prejuízos à saúde. Então, a atitude mais assertiva é procurar um médico para que ele possa passar o tratamento mais adequado para cada caso”, pontua.

Prevenção – Para evitar que a rinite “ataque”, alguns cuidados simples podem fazer a diferença. Manter a casa sempre limpa, priorizando a aspiração e o pano úmido ao invés de vassoura; usar capas antiácaros em travesseiros e colchões; limpar regularmente o filtro do ar-condicionado; evitar mudanças bruscas de temperaturas e utilizar roupas adequadas, reduzindo o impacto do vento gelado no rosto são boas atitudes. “Em cidades com clima instável, como São Paulo, a variação de temperatura é constante e pode precipitar as crises. Por essa razão, muitas vezes o tratamento medicamentoso e indispensável”, alerta.

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