Por Dr. Sérgio Furtado: Cirurgião Plástico, Belo Horizonte – MG
Foto: Agência Salt
Inúmeras são as razões que levam as pessoas a buscarem uma cirurgia plástica. Assim como muitos são os fatores que influenciam o sucesso e o resultado de um procedimento cirúrgico. Cada paciente tem um histórico de saúde, um tipo de pele, um processo de cicatrização e um comportamento no pós-operatório.
A medicina e as técnicas usadas em cirurgias plásticas evoluíram muito nos últimos anos. A tecnologia avançou e a exposição da imagem das pessoas também cresceu exponencialmente. O Instagram, por exemplo, tem 113,5 milhões de usuários só no Brasil, de acordo com dados da We Are Social.
Na sociedade do “tudo para ontem”, as pessoas buscam soluções mágicas para questões complexas. Todo esse contexto só aumenta a nossa responsabilidade nos consultórios. Um procedimento cirúrgico é sempre um procedimento cirúrgico. E nós, médicos, não podemos nos esquecer de que um procedimento estético, no caso das cirurgias, é um procedimento médico como tantos outros.
Quando atendemos uma pessoa que chega com uma demanda para realizar uma cirurgia, seja ela funcional ou estética, nosso papel sempre deve ser o de avaliar cautelosamente o paciente, conversar muito sobre o procedimento, esclarecer todas as dúvidas, passar orientações detalhadas e propor o uso da melhor técnica disponível.
De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), somos o segundo país que mais realiza intervenções cirúrgicas no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O último levantamento, feito em 2020 pela ISAPS, mostra que foram feitas 87.879 rinoplastias no Brasil.
A cirurgia do nariz foi o procedimento facial mais realizado entre os brasileiros, segundo uma pesquisa da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face (ABCPF) no mesmo ano. Esse aumento na procura por esse tipo de cirurgia não pode contribuir para uma banalização de procedimentos médicos e cirúrgicos, ou seja, deve sempre estar associado a uma análise cuidadosa e individualizada por parte do médico.
Alterar o tamanho do nariz, mudar seu formato, mexer na largura das narinas, realinhar o nariz, além de resolver problemas respiratórios, são os principais pontos que levam as pessoas a nos procurarem no consultório.
Paralelo ao aumento da procura por esse tipo de procedimento, as técnicas usadas em cirurgias de rinoplastia também avançaram bastante. Nos procedimentos que realizo em meus pacientes, utilizo a técnica chamada popularmente de “rinoplastia sem martelo”, que consiste em utilizar instrumentos miniaturizados para tratar a parte óssea do nariz. Essa técnica, também conhecida como rinoplastia ultrassônica, utiliza um bisturi que, por meio de uma vibração, corta e raspa o osso do nariz, evitando lesões na mucosa, artérias e outras partes moles do órgão. A grande inovação está no motor, movido a energia ultrassônica, que fica acoplado a uma ponteira desenhada para esculpir o nariz. Esse é o procedimento mais moderno para a realização de cirurgias ósseas do nariz. Ele proporciona mais conforto no pós-operatório, menos inchaço, hematomas, menos danos nos tecidos da região nasal e uma recuperação mais rápida.
Existem diversos tipos de procedimentos cirúrgicos realizados para alterar a aparência e a funcionalidade do nariz. E muitas pessoas recorrem à internet para se informar sobre isso. Nesse sentido, sou enfático em dizer que a decisão e as orientações sobre procedimentos cirúrgicos devem sempre ser feitas por nós médicos, que temos um compromisso com a saúde e a vida de cada paciente.