A Escleroterapia com Espuma é realizada pelo SUS, sendo um tratamento minimamente invasivo, que substitui a cirurgia.
Conhecidas por serem veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem abaixo da pele, as varizes acometem, atualmente, cerca de 75% da população brasileira. De acordo com o banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), 45,8 mil mulheres foram internadas por varizes em 2022, um aumento de 103,4% em comparação ao ano anterior, quando 22,5 mil mulheres foram internadas pelo problema na rede pública.
Desde 2017, o Centro de Especialidades Médicas (CEM) Santa Casa BH realiza gratuitamente um tratamento inovador e efetivo para varizes e úlceras crônicas: a Escleroterapia com Espuma – uma técnica moderna e mais segura para pacientes portadores da insuficiência venosa crônica, varizes e úlceras. O coordenador do serviço de Cirurgia Vascular do CEM Santa Casa BH, Dr. Eduardo de Paula e Silva, explica como a Escleroterapia funciona. “Injetamos nas varizes o polidocanol, um agente esclerosante que, misturado com o ar, forma uma espuma, parecida com espuma de barbear. Quando ela entra em contato com as varizes, a veia dilatada vai diminuindo de volume instantaneamente, tornando-se uma cicatriz imperceptível absorvida pelo organismo”, afirma.
Uma das pacientes atendidas na unidade, a aposentada Maria Gomes da Fonseca, de 70 anos, relata: “iniciei o tratamento com a espuma este mês e estou amando, já não estou mais com as pernas inchadas e nem sinto mais dores. O procedimento é simples, praticamente indolor, dura uns 30 minutos”, revela a paciente, que há anos luta contra as varizes e já passou por duas cirurgias no passado. “Graças a Deus, a médica do posto me encaminhou para a Santa Casa BH, onde eu conheci o Dr. Eduardo e sua equipe. Estou encantada com o atendimento”, diz Maria Fonseca.
Para o Dr. Eduardo, a Escleroterapia com Espuma representa uma notável conquista da medicina e da tecnologia. Pacientes idosos, portadores de outras doenças crônicas complicadas, com úlceras, podem ser controlados pela técnica. “No CEM, tratamos com sessões semanais, de acordo com o protocolo e a necessidade de cada um. Após a alta do procedimento, o paciente continua fazendo o controle e manutenção da doença em nosso Ambulatório, periodicamente”, explica.
No Centro de Especialidades Médicas da Santa Casa BH, o tratamento é completo. O coordenador da Cirurgia Vascular relata que, no início do serviço, os pacientes não recebiam a meia de compressão – fundamental para a eficácia do tratamento. “Hoje em dia, oferecemos um serviço integral, incluindo a meia de compressão, que eu lutei muito para entrar no pacote do SUS, visto que observei que alguns pacientes não tinham condições de comprar o acessório”, conta.
Atualmente, o CEM da Santa Casa BH atende uma média de 50 a 70 pacientes por mês, gratuitamente. De acordo com o Dr. Eduardo, a intenção é a busca na excelência do tratamento e ajudar a suprir a demanda da Secretaria de Saúde de Minas Gerais.
Pioneirismo – A Santa Casa BH é pioneira na técnica de “Escleroterapia com Espuma”. O método foi criado na França e trazido para o Brasil através do angiologista da instituição, representante da Sociedade Francesa de Flebologia para a Latinoamérica e ex-presidente da SBACV-MG, Dr. Francisco Reis Bastos. Ele conta que há 50 anos trabalha na Santa Casa BH e há 20 anos iniciou os primeiros tratamentos. “Quando eu comecei a fazer este método endovenoso, e vi que ele funcionava muito bem em casos que a cirurgia não podia resolver, eu nunca mais parei de estudar a técnica. É um orgulho a Santa Casa BH ter sido o primeiro hospital da América do Sul a realizar o procedimento com espuma”, comenta Dr. Francisco Bastos.