Kleyton Barella: “até os 2 anos de idade é importante que as consultas médicas sejam realizadas a cada 6 meses. Após esse período é indicado que as crianças visitem o oftalmologista anualmente”
imagem de Nguyen Dinh Lich por Pixabay
O período do final do ano, marcado pela chegada do verão e das férias escolares, costuma causar um aumento da preocupação dos pais com seus filhos pequenos, que tendem a passar mais tempo entretidos com atividades dentro e fora de casa. É nesta época que muitos adultos aproveitam para resolver pendências e realizar os importantes check-ups de saúde nas crianças. O bem-estar visual também entra nessa equação, mas é muitas vezes esquecido pelos pais.
É importante que o acompanhamento oftalmológico seja realizado desde o nascimento do bebê. “Nas primeiras horas de vida, o recém-nascido deve ser submetido ao Teste do Olhinho, exame que avalia o reflexo da luz no fundo do olho da criança e pode apontar doenças como catarata e câncer. Até os 2 anos de idade é importante que as consultas médicas sejam realizadas a cada 6 meses, já que é nesta fase que os olhos se desenvolvem melhor. Após esse período é indicado que as crianças visitem o oftalmologista anualmente”, afirma Kleyton Barella, médico oftalmologista do Instituto Penido Burnier/São Paulo, e especialista em catarata, glaucoma e cirurgia refrativa.
Diferentes estudos apontam que os índices de miopia, por exemplo, que é uma das disfunções visuais mais comuns em todo o mundo e caracteriza-se pela dificuldade na focalização de imagens a longa distância, tem crescido a cada ano, sobretudo entre as populações infantil e jovem, graças ao uso desenfreado de aparelhos eletrônicos. Segundo uma pesquisa publicada em 2021 pela revista científica The Lancet, o contato com as telas durante o período de pandemia fez com que a miopia progredisse cerca de 40% entre os jovens de 5 a 18 anos.
Outros estudos, como um levantamento recente publicado pelo jornal Ophthalmology, também indicam que crianças míopes possuem maior tendência a doenças como ansiedade e depressão do que aquelas que não possuem problemas de visão. “Mesmo que apresente alguma disfunção visual, é comum que a criança não consiga perceber sozinha a necessidade de visitar um oftalmologista. Por isso, é imprescindível que os pais fiquem atentos a qualquer sintoma de incômodo ocular e a atitudes como aproximar demais os objetos do rosto ou franzir a testa para tentar enxergar algo a média e longa distância”, ressalta o Dr. Barella. Além disso, independentemente da idade, os pais e responsáveis devem ficar sempre atentos ao comportamento e às queixas dos pequenos. “Os sintomas mais comuns de que algo pode estar errado são: lacrimejamento em excesso, presença de secreções anormais nos olhos, vermelhidão, coceira, inflamação, dores de cabeça constantes e alta sensibilidade à luz, entre outros”, complementa o especialista.
Para os casos em que a disfunção visual dos jovens pacientes possa ser solucionada a partir da prescrição de um óculos de grau, é importante escolher lentes que irão proporcionar a correção adequada, a proteção necessária e que sejam resistentes ao dia a dia infantil. “Optar por materiais mais resistentes e leves vão garantir uma vida útil maior aos óculos e proporcionar mais tranquilidade aos pais. Materiais como o policarbonato, por exemplo, são 10 vezes mais resistentes e 30% mais finos e leves que as lentes de acrílico, as mais comuns no mercado”, alerta Makoto Ikegame, cofundador da Lenscope.