O presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia- Regional Minas Gerais/SBOT-Minas, Dr. Robinson Esteves
As mortes causadas por acidentes de trânsito no Brasil trazem tragédias para muitas famílias, além de sequelas graves para as suas vítimas. O número de óbitos é maior que o das guerras atuais ao redor do mundo. Como comparação, somente em 2015 foram mortos 43 mil brasileiros em acidentes de trânsito contra mais de 55 mil mortes verificadas no mesmo período na Síria, país que vive um dos conflitos mais violentos da história da humanidade (Dados do Observatório Sírio dos Direitos Humanos).
Diante desse quadro, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT participa no mês de maio de uma importante ação de conscientização, distribuindo milhares de pequenos laços amarelos aos seus 12.000 ortopedistas associados para serem usados na lapela durante todo o período.
A iniciativa integra o movimento iniciado pela ONU que, com a campanha Maio Amarelo, pretende reduzir durante esta década pela metade, em todo o mundo, o total de mortes causadas por acidentes de trânsito, que sobem a 1,3 milhão a cada ano, às quais se somam 40 milhões de vítimas não fatais em todo o mundo, cujo atendimento e recuperação é missão que envolve justamente os ortopedistas.
Segundo dados do Ministério da Saúde (DATASUS), em 2013 Minas Gerais registrou 4.243 óbitos em decorrência dos acidentes no trânsito. Em 2014 esse número saltou para 4.396, caindo para 3.899, em 2015. Apesar da queda, um número ainda bastante elevado.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia-Regional Minas Gerais, Dr. Robinson Esteves, a prevenção de acidentes é o fator mais importante, uma vez que as sequelas físicas e psicológicas de um acidente grave são, quase em sua totalidade, irreparáveis.
De acordo com o presidente da SBOT nacional, Dr. João Maurício Barreto, esta não é a primeira vez que a entidade se associa à campanha da Organização das Nações Unidas. Ele recorda que no passado coube à SBOT a liderança da campanha por um transporte seguro de crianças e, também, por iniciativa da entidade, foi instituído o uso obrigatório do capacete para os motociclistas brasileiros.
“No Brasil as estatísticas indicam que superamos a marca de 43.000 mortes anuais no trânsito em 2.015”, salienta o ortopedista, destacando que este foi o quarto pior resultado entre os países do mundo. Embora esse número já seja impressionante, ele diz que a população em geral não leva em conta outro problema gravíssimo – o custo das cirurgias reparadoras e das amputações que muitas vezes são necessárias. “Temos que acrescentar ainda o longo tempo de recuperação e sofrimento do acidentado e o prejuízo das famílias que, por meses e até anos, ficam privadas do dinheiro que a vítima deixa de ganhar enquanto não volta a ter condições de trabalhar.”
Dados do Ministério da Saúde registram que até 70% dos Serviços de Emergência do Brasil são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito. De acordo com os estudos, o atendimento a esses pacientes custa 2% do PIB brasileiro.