Seminário Internacional debate no Rio de Janeiro, o controle do Câncer no Século XXl

O câncer é um dos principais desafios da saúde global, tanto por sua complexidade quanto por seu impacto devastador na população. Só aqui no Brasil, o Instituto Nacional de Câncer – INCA, estima 700 mil novos casos, por ano, para o triênio 2023-2025. Boa parte dos novos diagnósticos está ligada a fatores de risco modificáveis, como tabagismo, padrão alimentar e obesidade, sedentarismo, consumo de álcool e exposição a contaminantes ambientais, evidenciando o papel da prevenção e da atenção primária à saúde para lidar com a doença, ao lado da busca por acesso mais equitativo ao diagnóstico e ao tratamento.

Esses são alguns dos temas que estarão em debate no seminário internacional Controle do Câncer no Século XXI: desafios globais e soluções locais, que será realizado em 27 e 28 de novembro pelo Centro de Estudos Estratégicos da Fundação Oswaldo Cruz – CEE-Fiocruz, no Hotel Windsor Flórida, Rio de Janeiro. O evento será presencial, mediante inscrição prévia e terá transmissão ao vivo pelo canal VídeoSaúde Distribuidora da Fiocruz no Youtube.

A cerimônia de abertura, que marca o Dia Nacional de Combate ao Câncer, contará com as presenças do ministro da Saúde, Alexandre Padilha; do diretor do Instituto Nacional do Câncer, Roberto Gil; e da diretora da International Agency for Research on Cancer da Organização Mundial da Saúde (Iarc/OMS), Elisabete Weiderpass.

Com a participação de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, profissionais de saúde e tomadores de decisão, o evento vai debater as conquistas, fragilidades e paradoxos relativos ao cenário do câncer no Brasil e no mundo e seus impactos nos sistemas de saúde, buscando fortalecer a noção de controle em oposição à de guerra. Os resultados dos debates servirão como subsídios ao fortalecimento da Política Nacional de Controle do Câncer, criada em 2023.

Para o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, um dos coordenadores do seminário, o Brasil saiu na frente em relação ao resto do mundo com a aprovação da Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer, mas a orientação ainda não tem sido levada à prática. “Pouco se avançou dois anos após o país assumir o compromisso de garantir uma abordagem integrada envolvendo prevenção, detecção precoce, tratamento e cuidados paliativos. A busca continua focada em novos medicamentos que prometem a cura, enquanto boa parte dos serviços de saúde não usa suas capacidades para reduzir fatores de risco, realizar o diagnóstico precoce e garantir acesso rápido ao tratamento”, afirma Temporão.

Luiz Antônio Santini, ex-diretor do INCA e também coordenador do evento, explica que “a metáfora da guerra contra o câncer” gerou uma aposta em tratamentos de altíssimo custo, muitas vezes inacessíveis e desigualmente distribuídos, negligenciando a prevenção e o diagnóstico. “O eixo do sistema precisa migrar da reação tardia à antecipação: reduzir exposição a riscos, ampliar rastreamento e garantir acesso rápido a terapias efetivas quando necessário, com a Atenção Primária à Saúde atuando como porta de entrada qualificada e coordenadora do cuidado”, destaca Santini.

Entre os palestrantes confirmados estão Richard Sullivan, diretor do Institute for Cancer Policy e codiretor do Centre for Conflict & Health Research; Simon Sutcliffe, médico canadense e presidente do Congresso Internacional de Controle do Câncer; Paulo Hoff, professor da FMUSP e presidente da Oncologia D’Or; Paulo Saldiva, médico patologista e professor da USP; e Gonzalo Vecina, médico sanitarista, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Eles vão debater assuntos como a pesquisa e a implementação de programas de prevenção e detecção precoce do câncer; o papel da Atenção Primária à Saúde; informação, comunicação e cuidado; inovações tecnológicas, produção local e sustentabilidade; formação profissional, entre outros.

Informações e Inscrições: https://cursosqualificacao.campusvirtual.fiocruz.br/hotsite/seminario-controle-do-cancer-no-seculo-xxi

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