Rio de Janeiro registra taxa de câncer de colo do útero 3 vezes menor que Amazonas, que lidera as estimativas de câncer de colo do útero no país
Foto: Pierre Triboli/Câmara dos Deputados |Fonte: Agência Câmara de Notícias
De acordo com o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), criador da campanha Setembro em Flor, de conscientização sobre cânceres do aparelho reprodutor feminino, o estado do Rio de Janeiro lidera as estimativas de câncer de colo do útero na região sudeste do país, com prevalência de 11,76 casos para cada 100 mil mulheres. Porém, o número é três vezes menor comparado com o estado do Amazonas, que lidera as estimativas de câncer de colo do útero no país, com prevalência de 31,71 casos para cada 100 mil mulheres. São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo registram, respectivamente, 7,58, 7,73 e 9,40, casos para cada 100 mil mulheres.
O Rio de Janeiro também lidera as estimativas do Sudeste de câncer de mama, com 70, 57 casos para cada 100 mil mulheres. É a segunda maior taxa do país, atrás apenas de Santa Catarina, com 74,79 casos para cada 100 mil mulheres.
No Brasil, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para cada ano do próximo triênio (2023-2025) vão surgir 32 mil novos casos de câncer ginecológico, um dos mais incidentes nas mulheres, sendo que os três órgãos do sistema reprodutor feminino mais acometidos por tumores malignos são os de colo do útero, ovário e corpo do útero (endométrio), que somam 32,1 mil novos casos anuais, o que representa 13,2% de todos os casos de câncer diagnosticados nas brasileiras.
Setembro em Flor – Diante dessa grave realizada, a campanha Setembro em Flor é um alerta para a sociedade, em especial para as mulheres. Ela foi criada em 2021 pela oncologista clínica Andréa Paiva Gadêlha Guimarães, diretora do EVA e coordenadora de Advocacy. A ação surgiu de uma carência de conhecimento da população brasileira sobre os tipos de cânceres que acometem o aparelho reprodutor feminino: câncer de colo de útero, ovário, endométrio, vagina e vulva.
Durante as atividades, que ocorrem anualmente em setembro, o foco é conscientizar a população feminina sobre os sintomas e formas de prevenção.
Embora muitos tumores se apresentem de forma assintomática, principalmente nos estágios iniciais, a maioria se desenvolve com os seguintes sintomas:
- Sangramento vaginal fora do ciclo menstrual;
- Sangramento vaginal na menopausa;
- Sangramento vaginal após a relação sexual;
- Corrimento vaginal incomum;
- Dor pélvica;
- Dor abdominal;
- Dor nas costas;
- Dor durante a relação sexual;
- Abdômen inchado;
- Necessidade frequente de urinar.
Diagnóstico de câncer ginecológico – Em caso de suspeita de câncer ginecológico, é necessário realizar uma série de exames minuciosos para definir o histórico correto da paciente e chegar ao diagnóstico preciso, tais como:
- Ultrassom;
- Radiografia;
- Tomografia computadorizada;
- Ressonância magnética;
- Tomografia por emissão de pósitrons;
- Após esses exames é fundamental que seja feita uma biópsia para confirmar o diagnóstico.
Além disso, é essencial avaliar a natureza do tumor. O sistema de estadiamento varia, mas, geralmente, essas neoplasias são classificadas em quatro níveis diferentes, desde o inicial (Estágio I) até o mais avançado (Estágio IV).
Vacina contra o HPV – O papilomavírus humano (HPV) é um vírus que pode causar câncer do colo de útero e verrugas genitais. Geram lesões benignas, pré-invasivas ou invasivas, como o câncer de colo do útero (responsável por 99,7% dos casos) e outros tipos de câncer de órgãos genitais. Outro dado aponta que 80% da população sexualmente ativa contrai a infecção pelo HPV pelo menos uma vez na vida.
A vacinação contra o HPV é um dos grandes aliados para o controle dessa doença. No Brasil, o Programa Nacional de Imunização (PNI) disponibiliza gratuitamente a vacinação desde 2014, sendo indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos, homens e mulheres até os 45 anos que vivem com HIV/AIDS, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e vítimas de violência sexual. A Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) também recomendam a vacinação de mulheres de 9 a 45 anos e homens de 9 a 26 anos, o mais precoce possível.