Médica fala sobre o problema e os cuidados que o paciente deve observar
Você já ouviu falar sobre a Síndrome do Intestino Irritável (SII)? O problema é mais comum do que se imagina e estima-se que afeta cerca de 10% da população mundial, sendo ainda mais frequente em mulheres.
A SII é classificada como uma desordem funcional do intestino de fundo emocional ou ainda relacionada a condições e hábitos de vida, principalmente alimentares. De acordo com a coloproctologista do Pilar Hospital/Curitiba, Dra. Sonia Time, não há sinal da doença que possa ser identificado à exames, porém o intestino não tem o funcionamento normal. “Dor e desconforto abdominal, com alterações nas fezes, são os principais sintomas. Pode ocorrer constipação, diarreia ou, ainda, ambos (alternância entre diarreia e constipação). Alguns pacientes referem sensação de estufamento, distensão abdominal e gases, decorrente da formação de gases no cólon”, explica.
Os estudos têm demonstrado que o intestino destas pessoas é mais sensível a diferentes estímulos como determinados alimentos e ao estresse. “Assim sendo, não existe um exame que comprove o diagnóstico, pois eles serão todos normais”, informa a médica. O diagnóstico é realizado pela análise da história clínica do paciente, pelo exame físico e pelo preenchimento de critérios de inclusão. Ainda, de acordo com a especialista, a realização dos exames complementares é necessária para afastar outras doenças com sintomas parecidos.
A Síndrome do Intestino Irritável pode ocorrer tanto em homens como em mulheres. No entanto, sendo mais frequente nelas, geralmente os sintomas surgem na adolescência ou no início da vida adulta, raramente ocorrendo numa idade mais avançada.
Segundo a coloproctologista, o primeiro passo do tratamento cabe ao próprio paciente: “Ele deve entender que seus sintomas não são normais, procurar ajuda e compreender o diagnóstico, tendo consciência de que não é algo grave ou que ocasione evolução para outra doença mais séria”. Depois disso, existem dois outros passos essenciais no tratamento da SII. Um deles é o cuidado com a alimentação e o uso de medicamentos específicos indicados pelo médico. De forma geral, os pacientes podem piorar os sintomas quando ingerem refeições volumosas, alimentos gordurosos ou que contenham leite, trigo, cafeína e alimentos que facilitem a formação de gases (feijão, lentilha, brócolis). A especialista ressalta que cada organismo é individual, e não necessariamente aquilo que faz mal para alguém, fará mal para outro.
O outro passo, talvez um dos mais importantes, é fazer uma correta avaliação psicológica do paciente, e, se necessário, tratar com a psicoterapia ou medicamentos. “Se não houver uma melhora da parte emocional do paciente, o tratamento pode ser prejudicado, mesmo com uma alimentação adequada e uso das medicações específicas para a síndrome.