Síndrome do Pânico: sintomas e tratamento

Foto: Pixabay

Frequentemente artistas conhecidos do grande público contam que têm síndrome do pânico e relatam situações estressantes pelos quais passam em momentos que os sintomas de manifestam. Mas o que é essa doença, qual é sua causa, como distinguir seus sintomas e qual é o seu tratamento?

Conforme explica o psiquiatra Pérsio de Deus, de São Paulo/SP, com 40 anos de experiência no tratamento dos mais variados distúrbios psíquicos, a Síndrome do Pânico é uma doença psíquica caracterizada por crises de medo extremo de que algo muito ruim aconteça, como a morte. Os sintomas das crises envolvem tremores, sudorese, taquicardia, falta de ar, formigamento dos pés e das mãos, calafrios, sensação de asfixia, falta de ar, tonturas, sensação de desmaio e total perda de controle de suas ações. “A diferença entre uma crise de pânico e uma de ansiedade é que na Síndrome do Pânico existe uma distorção da realidade, uma sensação de medo apavorante, que faz com que a pessoa perca totalmente o controle sobre si. O paciente vive, enfrenta ou imagina uma situação extrema de ameaça ou perigo – e é justamente isso que produz um medo incontrolável”, destaca.

Causas – Ainda é um mistério para a ciência médica. A Síndrome do Pânico pode ocorrer após um trauma vivido como, um assalto, uma situação de violência atual ou no passado, um medo na infância não tratado, ou surgir sem motivo conhecido. “Existem gatilhos não identificados e eles levam a pessoa a ter os sintomas que detalhei acima. Às vezes, é até fácil saber qual foi a causa, tratando-a com mais direcionamento. Mas, em outras situações, é quase impossível detectar de onde vem essa enfermidade psiquiátrica”, observa.

Para identificar se a pessoa sofre de Síndrome do Pânico, é preciso ficar atento às crises. “Uma pessoa pode ter uma crise de pânico devido a um evento ocorrido e ela não se repetir. Mas se isso acontecer mais vezes, é necessário procurar ajuda especializada”, alerta.

Tratamento – De acordo com oDr. Pérsio, o tratamento deve ser focado no que está causando o medo e o descontrole: o que está causando essa sensação de morte? Isso se dá pela psicoterapia e pelas conversas com o psiquiatra. A junção dessas duas terapias indicará o melhor tratamento, tanto medicamentoso quanto psicológico. “Mas não podemos nos esquecer das terapias associadas, que são a prática de atividade física e, se possível, a adoção de um esporte ou arte marcial; o ajuste do sono, o lazer, o convívio social, a adoção de um animal de estimação… Todas essas práticas, sem que se abandone o tratamento médico e a psicoterapia, ajudam muito no controle das crises”, orienta o médico.

Como ajudar quem tem a Síndrome do Pânico – Os amigos e familiares de quem sofre da Síndrome do Pânico podem ajudar aliviando os sintomas com medidas como: técnicas de respiração, ambiente tranquilo e ventilado, ouvindo a pessoa, nunca desdenhando do seu quadro ou falando que ‘não é nada e que logo vai passar’. “A situação é muito grave por conta do sofrimento vivido, quem está tendo uma crise tem certeza de que vai morrer. Nenhum sentimento deve ser desprezado ou julgado”, enfatiza.

Duração? – Dr. Pérsio de Deus diz que a adoção de tratamento adequado, conforme explicado acima, pode aliviar o quadro da Síndrome do Pânico e até mesmo fazer com que o paciente se livre do problema. “Há muitos pacientes que, ao sentirem melhora no quadro, abandonam a psicoterapia e os medicamentos. Então, o tratamento fica pela metade e os sintomas voltam. É por isso que muitos quadros duram tantos anos. Apenas os profissionais podem dar alta aos pacientes, já que são especializados no assunto. E, ainda assim, dependendo do curso da vida, algumas situações podem fazer com que as crises eventualmente reapareçam. Portanto, cuidar da mente é tão importante quanto do corpo”, ressalta o médico.

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