SOCESP afirma: doenças cardiovasculares matam sete vezes mais que o câncer de mama

No Outubro Rosa, a entidade promove campanha de alerta para as mulheres cuidarem também do coração

A cardiologista Lília Nigro Maia, diretora de Qualidade Assistencial da SOCESP: “a prevenção sempre será o melhor remédio”

Segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres brasileiras, sendo o AVC (Acidente Vascular Cerebral) o primeiro colocado, com o infarto vindo logo atrás. O risco de óbito por infarto feminino é 50% maior do que para homens e uma em cada cinco mulheres está sujeita a sofrer um infarto.

Estatísticas da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP – atestam que, em 60 anos, a proporção de mortes por doenças cardiovasculares em mulheres no país aumentou 37%. Da mesma forma, levantamento da OMS (Organização Mundial de Saúde) assinala as doenças cardiovasculares como responsáveis por 1/3 de todas as mortes de mulheres no mundo, o equivalente a 8,5 milhões de óbitos por ano, mais de 23 mil por dia.

Diante deste cenário e com a preocupação de chamar a atenção do público feminino, a SOCESP Mulher promove, em outubro, a campanha “Nós cuidamos do seu coração”, sobre a necessidade de consultas ginecológicas periódicas para evitar, entre outros, o câncer de mama, o mais comum entre mulheres, mas sem esquecer que cuidar do coração também é essencial.

O grande inimigo do coração é o colesterol ruim, como se convencionou chamar o LDL. “Além das causas comuns a ambos os sexos, como fator hereditário; hipotireoidismo; diabetes descontrolada; obesidade; insuficiência renal; alcoolismo e sedentarismo, as mulheres ganham preocupação extra por conta das taxas hormonais, como o aumento natural do colesterol na menopausa”, explica a cardiologista Lília Nigro Maia, diretora de Qualidade Assistencial da SOCESP.

“O excesso de colesterol no sangue forma placas que se acumulam nas paredes das artérias, fazendo com que o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco seja retardado ou bloqueado. O resultado pode ser um ataque cardíaco ou infarto”, diz Lília. A especialista alerta, porém, que até esse episódio, o paciente muitas vezes não tem nenhuma dor ou incômodo.

Mais riscos – Outras situações de risco para o coração da mulher chegam a ocorrer durante a gestação. “A pré-eclâmpsia e eclampsia, a hipertensão gestacional e a miocardiopatia periparto, além das cardiopatias pré-existentes, podem evoluir mal durante a gravidez e serem danosas para a mãe e para o bebê. Também o uso de anticoncepcional ou a combinação deste medicamento com o hábito de fumar também aumenta a chance de infarto ou AVC, acrescenta a cardiologista Ieda Jatene, assessora científica da SOCESP”.

Segundo a pesquisa Saúde Cardiovascular da Mulher Brasileira, feita pela SOCESP em parceria com a Fundación Mapfre, o estresse – outro fator que prejudica o coração – é mais presente no universo feminino, “E não é para menos: jornadas exaustivas de trabalho, criação dos filhos e a administração da rotina doméstica acabam ficando a cargo das mulheres”, completa Jatene.

A sintomatologia das doenças cardíacas femininas costuma ser diferente do que se observa no sexo oposto, de acordo com as especialistas. Homens normalmente referem forte dor no peito, que irradia para os braços. Já elas sentem náusea, fraqueza, dores gástricas, sudorese e falta de ar. “Mas na correria do dia a dia esses sintomas podem passar despercebidos ou atribuídos a diagnósticos menos graves”, observa a cardiologista.

Prevenção – Doenças cardiovasculares matam duas vezes mais que todos os tipos de câncer. Segundo levantamento da SOCESP, há sete vezes mais chances de morte por infarto do que por câncer de mama. Porém, a falta de conhecimento sobre essa realidade implica em menor compromisso das mulheres com o controle dos riscos que levam ao infarto e ao AVC.

“A prevenção sempre será o melhor remédio para os fatores que maximizam a potencialidade das mulheres sofrerem com o descontrole do colesterol e o consequente aumento da possibilidade de problemas cardíacos”, diz a cardiologista Lília Nigro Maia/SOCESP. “O aumento da taxa de colesterol na menopausa, por exemplo, tem tratamento. O importante é perseguir uma solução porque ter colesterol alto configura doença e requer cuidados médicos. ”

Segundo a cardiologista, os demais alavancadores de doenças cardíacas, como obesidade, sedentarismo e má alimentação, devem ser combatidos com exercícios físicos regulares que também diminuem o estresse e podem aumentar de 20% a 40% a proteção contra patologias cardiovasculares. Apesar disso, uma pesquisa da SOCESP mostrou que apenas 30% das entrevistadas praticam atividade física regularmente.

De acordo com a mesma pesquisa, alimentação balanceada, com ingestão diária de frutas, legumes e verduras, reduz em 30% o risco de infarto. Mas só 58,8% das entrevistadas consumiam esses alimentos diariamente. “São iniciativas simples e ao alcance de todas que precisam ser consideradas”, destaca.

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