Solidão, um problema de saúde pública

A condição causa mais de 871 mil mortes por ano

Foto: Freepik

Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que 16% da população mundial relata vivenciar a solidão de forma recorrente. O estudo, divulgado recentemente, aponta que tanto a solidão quanto o isolamento social estão associados a mais de 871 mil mortes anualmente, configurando um problema de saúde pública que vai muito além do bem-estar emocional. Para a especialista em comportamento humano, Gisele Hedler, de Porto Alegre/RS, a solidão prolongada pode desencadear uma série de consequências físicas e psicológicas.

E por falar em solidão, não podemos deixar de mencionar a busca pela felicidade. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard, o Estudo de Desenvolvimento Adulto, o que nos torna feliz e saudáveis são os relacionamentos humanos. Segundo Hedler, as relações tóxicas drenam nossa energia emocional e impactam negativamente a saúde mental, por isso é preciso saber filtrar os relacionamentos e ao mesmo tempo se atentar para não se isolar. “O estudo mostra que os relacionamentos saudáveis são um dos maiores fatores de felicidade e saúde a longo prazo. Por outro lado, o isolamento provoca solidão, representando um fator de risco para a saúde, principalmente a mental”, afirma a especialista.

Ela observa ainda que a solidão não significa apenas estar fisicamente só, mas sentir falta de vínculos significativos. “Há pessoas rodeadas de conhecidos, mas que não conseguem estabelecer trocas verdadeiras. Isso aprofunda o sofrimento e potencializa transtornos como depressão e ansiedade”.

Enfrentamento – O relatório da OMS reforça que a solidão afeta pessoas em todas as idades, inclusive os mais jovens. “O excesso de interações superficiais nas redes sociais muitas vezes dá uma falsa sensação de conexão. Mas isso não substitui a presença humana genuína”, diz Gisele Hedler, completando que, embora o problema seja complexo, existem caminhos para ressignificar a relação consigo mesmo e com os outros. Para tanto, ela explica alguns deles: 

Finalizando, pequenas atitudes diárias podem prevenir os impactos mais graves. Segundo Hedler, “solidão não é fraqueza nem vergonha. É uma condição humana que precisa de acolhimento e ação”.

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