Por Dra. Jacqueline Oliveira Estevan: Cirurgiã-dentista, Gestora de Qualidade da Uniodonto Campinas, Membro da Comissão de Saúde Suplementar do Conselho Federal de Odontologia.
Os dados atuais mostram que a população idosa vem crescendo no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ela totaliza 14,3% dos habitantes brasileiros. Para o ano de 2050, a expectativa no país (devem ser 90 milhões), bem como no mundo, é que o número de idosos ultrapasse a quantidade de crianças menores de 15 anos, o que poderá ser um fenômeno nunca observado anteriormente.
Tão importante quanto constatar o processo de envelhecimento populacional, é fundamental analisar em que condições de saúde essa população tem alcançado a maturidade. A qualidade de vida está diretamente associada à capacidade de superar as dificuldades dos estados de morbidade causados pelas disfunções ou doenças orgânicas degenerativas. Envelhecer não significa necessariamente a limitação de atividades ou restrição de participação social.
Neste contexto, a Odontologia está diretamente ligada à qualidade de vida e não pode ser descuidada nessa fase. A saúde bucal é reflexo do organismo e quando comprometida, pode afetar o nível nutricional, o bem-estar físico e mental, além de diminuir o prazer de uma vida social ativa.
Alguns medicamentos comumente utilizados nesta faixa etária, reduzem a quantidade de saliva aumentando a possibilidade de acometimentos na cavidade oral. Enfermidades como diabetes, além de influenciar na capacidade de cicatrização de feridas bucais, podem afetar a imunidade, o que aumenta a predisposição dos pacientes geriátricos a terem comorbidades graves, como gengivite e periodontite. Essas doenças contribuem para a fragilidade do sistema imunológico e quando não tratadas podem levar ao comprometimento cardíaco.
Muito comum nesses pacientes, a presença de próteses dentárias, parciais ou totais, também requer cuidados e acompanhamento de um profissional. A forma de higienização, a necessidade de trocas que compensem os desgastes fisiológicos ósseos e musculares, a preservação da articulação e, claro, da estética, são motivos que fazem a visita ao dentista tão importante para essas pessoas. Sem dizer a prevenção ao câncer bucal, onde o Brasil é o terceiro país com maior número de ocorrências, especialmente em homens acima de 60 anos, faixa etária mais incidente.
Diante desse relato, ficou convencido do quanto podemos contribuir para o envelhecimento saudável da população? Agende uma consulta com um profissional. Existe muito o que conversar.