Patrícia de Lima, coordenadora dos serviços de Obstetrícia do Neocenter Maternidade
A maternidade é cercada de sonhos, novos planos, transformações na vida do casal. Trata-se de um momento importante de quem aguarda, com alegria e ansiedade, a chegada do bebê. Dentro desse contexto, dúvidas sobre o parto são comuns, mesmo levando-se em consideração que esse procedimento não é mais tão temido como em tempos atrás, quando os recursos eram bem mais limitados, e, inclusive, falava-se pouco sobre o assunto.
De acordo com a coordenadora dos serviços de Obstetrícia do Neocenter Maternidade, enfermeira obstetra Patrícia de Lima, na instituição hospitalar onde atua, a humanização e a adequação ao trabalho de partos em geral, envolve uma assistência voltada a atender os direitos da mulher a uma parturição segura, prazerosa e menos intervencionista. Evidentemente, acrescenta, “baseada em evidências científicas sobre riscos e benefícios de determinadas práticas para a saúde da mulher e do bebê e com a participação ativa da mulher e seu acompanhante”.
Ela esclarece que o projeto Parto Adequado, do qual m muito se fala atualmente, foi criado pela Agência Nacional de Saúde e outros parceiros da área, e outros parceiros da área, com o objetivo de identificar modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento, que valorizem o parto natural e reduzam o percentual de cesarianas sem indicação clínica.
Já o Parto Humanizado, explica Patrícia de Lima, “é um conjunto de práticas e procedimentos que buscam readequar o processo de parto dentro de uma perspectiva menos medicalizada e hospitalar, atendendo tanto a mulher quanto o bebê de forma mais humana e acolhedora, dando à futura mamãe o papel de protagonista desse momento. Nesse sentido, ressalta, “o parto para ser humanizado, independe do procedimento escolhido”.
Dentro desse contexto, ela explica que a mulher pode optar ainda pela cesariana, lembrando que existe um projeto de lei que estabelece que desde 39 semanas de gestação, a futura mãe pode decidir pela pelo procedimento, mas deve ser orientada sobre os riscos e benefícios do parto normal e sobre os riscos de repetidas cesarianas. O medo da dor e desconhecimento fazem com que mulheres prefiram a cesariana.
É importante ressaltar também que o tempo de internação após a ocorrência dos partos são diferentes, o que é um grande diferencial, principalmente em tempos de covid, informa Patrícia de Lima, ao informar que os partos normais as altas ocorrem em média, depois de 24 horas, e os partos cesariana, em média após 36 horas. Os primeiros cuidados com o recém-nascido (peso e comprimento), são realizados após uma hora de contato pele a pele, mãe/bebê, indiferente da via de parto.
Outra opção é o chamado “parto na banheira”, que vem sendo preferido por muitas gestantes como método de alivio da dor. No entanto, algumas contradições relacionadas a esse procedimento precisam ser observadas devido ao risco de intercorrência, tais como:
- Gravidez de alto risco
- Parto prematuro (menos que 37 semanas de gestação)
- Evidência de febre materna e/ou infecção não tratada (Herpes, HIV+ ou Hepatite C)
- Sinais de comprometimento do bem-estar do bebê dentro do ventre materno
- Sangramento vaginal excessivo
- Gestante com cesárea prévia
- Rotura da bolsa d’água com líquido meconial ou sanguinolento
- Bebê em posições anômalas dentro do ventre (pélvica, por exemplo)
- História prévia de partos muito difíceis devido a bebês muito grandes ou bacia materna estreita.
De acordo ainda com a enfermeira obstetra Patrícia de Lima, “a realização do processo de parturição certamente está associada com a qualidade da atenção prestada por toda equipe multidisciplinar e não somente por um profissional. Um dos aspectos desse componente é a relação interpessoal a que a humanização está fortemente associada, e é nesse contexto que o Neocenter Maternidade firma sua proposta, visando o melhor atendimento desde o acolhimento, e, isso, independente da via de parto, buscando sempre o bem-estar materno e fetal”