Quando a tireoide não funciona bem, todo o organismo sofre diversas consequências negativas pela alteração na produção de hormônios
A tireoide é uma glândula endócrina que fica localizada na parte anterior e inferior do pescoço em forma de borboleta. É uma das maiores glândulas do corpo humano, sendo responsável pela produção de diversas substâncias e hormônios por meio de suas células foliculares, produzindo tiroxina (T4), triiodotironina (T3) que regulam diversas funções de nosso corpo e são responsáveis pelo funcionamento de diversos órgãos, como o fígado e o coração. Também estão ligadas à memória, humor, sono, fertilidade e ciclo menstrual feminino.
De acordo com o Dr. Diego Rocha Moreira, Cirurgião de Cabeça e Pescoço do Hospital Albert Sabin (HAS), São Paulo, o diagnóstico de alterações da tireoide é realizado pelo médico por meio de exame físico, em busca de aumento do volume da tireoide ou outros sinais. Dependendo do caso, através de ultrassonografia (USG) com punção aspirativa por agulha fina (PAAF) -que fornecerá o diagnóstico citológico de algum nódulo – e por exames de sangue, como o T4 livre e o TSH, que podem diagnosticar o hipertireoidismo ou hipotireoidismo.
A literatura mundial relata que até 60% das pessoas possuem ou possuirão nódulos de tireoide, sendo as mulheres a população mais acometida.
“Se o nódulo é confirmado como sendo câncer, a cirurgia é recomendada, uma vez que o tratamento precoce do câncer de tireoide pode atingir taxas de curas de aproximadamente 98%”, informa o especialista”, ao explicar que “um nódulo se torna perigoso quando seu tamanho é grande o suficiente para causar sintomas como disfagia (dificuldade para engolir), disfonia (rouquidão) ou mesmo dispneia (desconforto respiratório). Também, quando reúne características que levantem a suspeita de que se trate de câncer”.
A cirurgia de tireoide, tecnicamente denominada tireoidectomia, está indicada, assim, em situações, como:
Câncer – se forte suspeita ou confirmação;
Nódulo benigno – quando apresentam crescimento progressivo;
Bócio- aumento visível da tireoide;
Hipertireoidismo – se resistente ao tratamento clínico;
Estética – quando o bócio causa apenas desconforto estético no paciente.
Conforme relata o Dr. Diego Moreira, a cirurgia da tireoide pode ser realizada através de dois procedimentos. A tireoidectomia total, muito indicada para casos de câncer, que consiste na remoção total da tireoide e a lobectomia; e a tireoidectomia parcial ou hemitireoidectomia, que consiste na remoção de apenas um lado da glândula, comum em situações de nódulos unilaterais. A porção restante da tireoide continua funcionante.
A recuperação é rápida e a cirurgia exige em média um dia de internação. Já com 15 dias, o paciente está apto para suas atividades laborais, desde que não envolvam exercícios físicos. “A vida do paciente após a realização do procedimento é perfeitamente normal. Entretanto, é necessário fazer reposição do hormônio tireoidiano para suprir a falta do hormônio T4 que era produzido pela tireoide”, finaliza o médico.