Úlcera de Martorell: diagnóstico correto e abordagem multidisciplinar são fundamentais no tratamento da ferida
Alta incidência em mulheres pode estar ligada a alterações hormonais e a hipertensão
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A úlcera de Martorell é uma condição rara que afeta principalmente as pernas, caracterizada por feridas profundas e dolorosas de difícil cicatrização. Predominante em mulheres idosas, está associada à hipertensão e a mudanças hormonais decorrentes do envelhecimento, sendo muitas vezes confundida com úlceras venosas ou diabéticas.
O diagnóstico preciso é fundamental para distinguir a úlcera de Martorell de outras condições. De acordo com membro da Comissão de Doenças Linfáticas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Henrique Jorge Guedes Neto, uma avaliação completa é indispensável, incluindo exames físicos detalhados, biópsias e testes de pressão arterial. O controle rigoroso da hipertensão e o manejo adequado da dor são essenciais tanto para o tratamento quanto para o conforto da vida dos pacientes, além de prevenirem complicações.
Seus primeiros sinais incluem vermelhidão, inchaço e dor localizada, geralmente na parte externa das pernas. A condição pode ser agravada por fatores de risco como sedentarismo, sobrepeso e tabagismo, tornando o controle desses elementos fundamental para a redução da incidência da doença
De acordo com o médico, nos últimos anos, a pesquisa científica tem explorado novas abordagens terapêuticas para acelerar a cicatrização, como o uso de células-tronco e métodos tópicos inovadores. Tais avanços trazem novas esperanças para pacientes, mas a conscientização continua sendo um fator significativo para a análise precoce.
A falta de informações sobre a úlcera de Martorelli pode atrasar o diagnóstico e levar a procedimentos inadequados, prolongando o sofrimento dos pacientes. Dr. Guedes destaca a importância da conscientização sobre essa condição para que os profissionais de saúde saibam identificar os sinais precocemente e encaminhar os casos para o especialista adequado. “A educação continuada sobre a doença e o aprimoramento das terapias são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, afirma o médico.
Conforme explica também o angiologista e cirurgião vascular Vinícius Cardoso/SBACV-SP, o tempo de recuperação pode variar de semanas a meses, mas a eficácia da intervenção é percebida pela redução da dor e do tamanho das úlceras. Ele ressalta que a adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de atividades físicas leves e uma alimentação equilibrada, é fundamental para o sucesso do tratamento. O acompanhamento por uma equipe multidisciplinar, composta por cirurgiões vasculares, cardiologistas e dermatologistas, também é essencial para garantir uma abordagem completa. “Essa colaboração é primordial para que os pacientes recebam o melhor cuidado possível e todos os aspectos de sua saúde sejam considerados”, afirma. Ele reforça ainda que o acompanhamento regular com especialistas é importante não só para tratar úlceras, mas também para evitar complicações mais graves, como infecções e perda de mobilidade. “A integração de diferentes abordagens terapêuticas tem mostrado resultados promissores na melhoria da cicatrização e bem-estar dos pacientes”.