Vera Cruz Hospital realiza primeira cirurgia robótica pediátrica da unidade

O médico cirurgião Rodrigo Garcia:  “a precisão durante um procedimento cirúrgico é fundamental para a garantia de um tratamento seguro e de qualidade, principalmente quando o paciente é uma criança”

(Foto: Matheus Campos)

O Hospital Vera Cruz de Campinas/SP, realizou, na última semana, a primeira cirurgia robótica pediátrica da unidade. Pedro Lucas Alves Gomes, de 11 anos, passou pelo procedimento de urgência para tratar uma apendicite e foi operado pelo primeiro e único cirurgião pediátrico robótico certificado do interior de São Paulo. “A precisão durante um procedimento cirúrgico é fundamental para a garantia de um tratamento seguro e de qualidade, principalmente quando o paciente é uma criança, com necessidades diferentes dos adultos, todo cuidado e atenção devem ser mais que redobrados. Por isso, optamos pela técnica robótica”, explica o médico cirurgião Rodrigo Garcia. A cirurgia, que teve duração de cerca de uma hora, foi considera um sucesso e o paciente já está em casa.

A apendicite, segundo o especialista, é uma inflamação do apêndice que fica localizado na primeira porção do intestino grosso. No processo inflamatório, ele fica com seu tamanho aumentado e, às vezes, com secreção (pus), causando fortes dores abdominais, o que levou Pedro ao hospital. “Quando não tratada, a apendicite pode levar a sérias complicações de saúde. Entretanto, o problema é resolvido com uma cirurgia de remoção total do apêndice, o que fizemos nesse paciente”, informa o médico.

De acordo com Garcia, em uma laparoscopia comum, algumas incisões usadas são maiores. A técnica robótica minimamente invasiva proporciona incisões menores, maior precisão e amplitude dos movimentos que, muitas vezes, não são possíveis pela laparoscopia e cirurgia convencional. O procedimento ainda diminui a dor dos pacientes e oferece menor risco de sangramento.

Segundo o especialista, a tecnologia ainda proporciona visibilidade tridimensional em alta resolução. “Todo o procedimento é realizado com o auxílio de um robô e controlado por um médico cirurgião habilitado. Ficamos, portanto, munidos de toda a capacidade tecnológica atualmente disponível para operar aquele paciente de forma segura e benéfica”, explica Garcia, que se certificou em cirurgia robótica em fevereiro deste ano.

“O Vera Cruz Hospital vem ocupando espaço de referência no atendimento de alta complexidade no eixo materno-infantil no interior do estado de SP, com investimento em equipes especializadas e tecnologia de ponta para o melhor desfecho nos casos complexos, como cirurgia fetal e cardíaca. É também referência em parto prematuro extremo. A entrada da cirurgia pediátrica na robótica reforça o posicionamento da instituição”, completa o coordenador de Pediatria do Vera Cruz Hospital, Antônio Carlos Girotto Junior.

A mãe do paciente, Elisangela da Silva Alves Gomes, de 44 anos, conta que não sabia da possibilidade de operar roboticamente e ficou extremamente tranquila com a decisão do médico. “Ele nem sequer levou pontos externos. Foi excelente”, disse.

Pedro também aprovou o método. O paciente não via a hora de ter alta hospitalar para contar aos amigos que foi operado por um ‘robô’. “Ele era enorme, parecia um Transformers, foi sensacional”, afirmou.

Pioneirismo

Em outubro do ano passado, o Vera Cruz Hospital alcançou a marca de 500 cirurgias robóticas em adultos, e celebrou a chegada do robô Da Vinci XI, modelo mais moderno, com plataforma totalmente digital. Outro passo importante no aporte tecnológico da instituição foi a aquisição do novo sistema de visualização robótica: Kinevo, um microscópio de alta tecnologia que ajuda a reduzir os movimentos e o desgaste físico dos cirurgiões, além de diminuir o tempo de cirurgias de alta complexidade.

Para atender às novas demandas, o hospital implantou um programa de formação e aprimoramento das equipes internas de cirurgiões com habilidade na cirurgia robótica, expandindo para diversas especialidades. “Esse é o futuro da medicina e o Vera Cruz sai na frente incluindo a cirurgia pediátrica nessa possibilidade”, ressalta o Dr. Rodrigo Garcia.

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