O diagnóstico da litíase renal é feito por meio de exames de imagem, de urina e de sangue
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O verão é a estação favorita do brasileiro, mas acende o alerta para a alta incidência de pedras nos rins 30% maior que em outros períodos do ano. Isso acontece, pois há o aumento da transpiração sem a hidratação adequada para supri-la. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), estima-se que um em cada 10 pessoas no Brasil sofra de cálculo renal. Essa condição é mais comum entre adultos jovens e mais frequente em homens. Conforme a entidade, cerca da metade destas pessoas terão um novo episódio de cálculo ao longo dos 10 anos seguintes. Por isso a prevenção é muito importante.
A litíase renal, também conhecida como cálculos ou pedras nos rins, é causada pela cristalização de sais minerais presentes na urina. Segundo o Dr. Eduardo Gerber, médico urologista do Pilar Hospital/Curitiba/PR, a litíase renal ocorre pela hipersaturação de minerais na urina, por um distúrbio metabólico, principalmente, na filtração. “Os cálculos podem ser formados por vários minerais. O mais comum de todos, que ocorre em 80% a 85% dos casos, são os cálculos de oxalato de cálcio, seguido por cálculos de ácido úrico, de estruvita e de cistina, entre outros. Estes são os principais”, comenta o médico, chamando a atenção para o fato de pacientes masculinos terem mais chance de ter litíase renal, o que pode ocorrer em todas as etapas da vida, mas é mais frequente entre 20 e 40 anos de idade.
Origem multifatorial – Quanto aos fatores ou hábitos que contribuem para a incidência, Dr. Gerber informa que não há apenas uma causa, sendo uma doença de origem multifatorial. “A dieta é o fator mais importante, mas também há fatores quanto a genética, a hereditariedade, além de algum distúrbio de paratireoide e do metabolismo de cálcio, que podem surgir e evoluir com formação de pedras dentro do sistema urinário”, explica.
Em relação à dieta, o médico alerta para a ingestão de sal, que não deve ser realizada em demasia devido ao sódio, um dos principais responsáveis pela formação de cálculos. Diante disso é mito dizer que pacientes com pedras nos rins não devem ingerir cálcio. “Isso é um erro”, afirma. O que acontece é que o cálcio é precipitado de acordo com a presença do sódio na urina. O grande vilão da litíase é o sódio. Às vezes pode haver malefício na suspensão errônea de medicamento com cálcio, como osteoporose, por exemplo, ressalta.
O Dr. Eduardo orienta também o cuidado com a alimentação. Importante evitar comidas enlatadas e industrializadas, além da ingestão de carne vermelha, que é um fator formador de litíase urinária. “A proteína de carne vermelha é tóxica ao rim desde que ingerida em excesso. Não é para parar de comer carne, que tem suas benesses, mas, sim, variar o tipo de carne com frango, peixe, porco, e não somente carne bovina”, recomenda. Além disso, o ideal é ingerir de 2 a 3 litros de líquidos por dia”, complementa.
O diagnóstico da litíase renal é feito por meio de exames de imagem, de urina e de sangue. O médico relata que a maioria dos casos são descobertos em pacientes com crise, que chegam ao pronto socorro com muita dor, associada a náuseas, vômitos, entre outros sintomas. “O cálculo dentro do rim não dói, na maioria das vezes. O que causa dor é o cálculo que desce pelo ureter, um canal que vai do rim até a bexiga. Um cálculo nesta parte do corpo faz obstrução do fluxo urinário”, explica. “O tratamento depende da posição, formação e densidade do cálculo. Na maioria das vezes, a necessidade de tratamento é endoscópico, por endourologia, em que é realizada uma cirurgia sem corte”, conclui.