“Os desafios são por toda a vida profissional”, afirma o ortopedista
A vida dos médicos sempre é muito dinâmica com horas dedicadas ao paciente, muitas vezes em diversos locais de trabalho, e estudo contínuo, na busca da atualização científica através de cursos, congressos, especializações, intercâmbios, entre muitos outros aspectos que movimentam a formação desses profissionais.
Nesta coluna “Vida de Médico”, o Portal Medicina e Saúde apresenta a trajetória do Dr. Marcelo Sternick, que é coordenador do Serviço de Ortopedia do Hospital Vera Cruz/BH e membro das equipes de Ortopedia do Hospital Felício Rocho/BH e Hospital Vila da Serra/Nova Lima/MG.
Ele é presidente da Associação Brasileira de Reconstrução e Alongamento Ósseo (2019/2021), membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica e Fellow pela Universidade de Manchester – Inglaterra.
Dr. Marcelo, quando e por que o senhor decidiu fazer Medicina?
Acho que a decisão de fazer Medicina é feita cedo, bem antes do vestibular. No meu caso, uns dois anos antes. Nunca tive grandes influências médicas na família. Tive somente dois médicos na família e meu irmão, que é cardiologista, que na época, estava na faculdade. A decisão veio pelo estudo no colégio mesmo, não me lembro exatamente o porquê.
Quais os desafios que encontrou no início de sua carreira?
Na verdade, a carreira médica é um constante desafio. Primeiro, para entrar na Faculdade e fazer um curso longo e cansativo. Depois, para conseguir entrar em uma boa residência e pós-graduação. Por fim, conseguir se estabelecer em um grande centro, num hospital de referência. Mas os desafios são por toda a vida profissional.
Fazer cursos no exterior abriu novas possibilidades no Brasil para senhor?
Certamente. Sempre quis fazer uma pós-graduação no exterior e tive a felicidade de ficar um ano em Manchester, cuja Universidade é das mais famosas, e tem uma Ortopedia com grandes nomes ao longo da história. Ter uma formação no exterior, vivenciando outros ares, outras práticas, não somente na Ortopedia, é sempre um diferencial e recomendo para todos.
Como é sua rotina de trabalho hoje?
Meu trabalho assistencial é dividido entre o consultório e os hospitais em que trabalho. Também tenho uma atividade administrativa como coordenador da Ortopedia do Hospital Vera Cruz. Por fim, mas não menos importante, o trabalho científico dentro da Ortopedia.
Em tempo de pandemia, como está a sua vida profissional?
Muito ruim. Temos convivido com a diminuição drástica de pacientes desde março do ano passado, bloqueios de cirurgias eletivas, devido ao aumento de casos e pacientes internados.
Quais as diferenças entre o curso de Medicina de sua época e o atual? A formação era melhor?
Não acho que é melhor nem pior, é diferente. Tenho vivenciado isto por ter uma filha cursando Medicina. A tecnologia tem tido um papel importante na formação atual, o que realmente precisa, além de outras áreas da medicina, que são importantes nos dias de hoje, como gestão. Só acho, que esta tecnologia não pode substituir o contato médico-paciente em nenhuma hipótese. Saber ouvir e fazer um exame físico adequado não é substituído por nada.
Esta relação médico-paciente é tão importante assim?
Sim, com certeza. Ela é a base da Medicina. Saber escutar antes de tudo, sem pressa, realizar um exame bem feito e discutir as possibilidades com clareza, tirando as dúvidas que vierem, e estar disponível, são qualidades essenciais. Assim é construída uma relação de confiança mútua.
Hoje o aluno tem mais visão humanística ou mais visão mercadológica?
Não sei responder. Mas é importante ter as duas formações.
A concorrência é muito grande? Como se destacar?
A concorrência é enorme, mas deve ser sempre respeitosa. O médico deve fazer uma ótima formação, ser ético acima de tudo e respeitar o paciente e seus colegas. O destaque e sucesso são consequências.
Como é o apoio de sua família?
Sempre tive apoio. Inicialmente, na minha formação, o apoio dos meus pais. Atualmente, minha esposa e filhas estão sempre comigo.
O que poderia dizer para os jovens colegas que estão no caminho da Medicina?
Que façam a melhor formação médica que puderem; sem pressa. E que aproveitem ao máximo este período. Aí está a chave de toda a vida profissional.
Finalizando, gostaria de saber o que o senhor faz para relaxar? Tem algum hobby?
Adoro viajar, ir a um bom restaurante, comer e beber bem. De preferência com a família e amigos queridos. Meu hobby? O GALO. Assim mesmo. Com letra maiúscula.