Vitiligo: impacto clínico, social e avanços no tratamento

Doença autoimune que afeta a pigmentação da pele atinge cerca de 1% da população mundial e tem forte impacto emocional e social

Foto: Freepik

O vitiligoé uma condição dermatológica autoimune caracterizada pela destruição dos melanócitos – células responsáveis pela produção de melanina, pigmento que define a cor da pele, cabelos e olhos. Esse processo resulta em áreas de despigmentação cutânea, manifestadas como manchas brancas bem delimitadas. Acomete cerca de 1% da população mundial, incluindo aproximadamente um milhão de brasileiros.

De acordo com a dermatologista Dra.Ethel Nunes de Sousa Fernandes, da Rede Mater Dei de Saúde, embora não comprometa a saúde, o vitiligo exerce grande impacto emocional e psicossocial. “A autoestima, a vida social e até mesmo a trajetória profissional podem ser profundamente afetadas, em especial devido ao estigma e preconceito que ainda cercam a doença”, afirma.

Na maioria dos casos, as primeiras manifestações surgem em áreas expostas a atritos ou pequenos traumas, como mãos, pés, cotovelos e joelhos. Embora as causas ainda não sejam completamente compreendidas, já se reconhece um componente genético importante, com uma possível influência de fatores emocionais na progressão da doença. A dermatologista reforça, entretanto, que o vitiligo não é contagioso, desfazendo um dos equívocos mais recorrentes sobre a condição.

Embora não exista cura definitiva, os avanços terapêuticos têm ampliado as possibilidades de controle e repigmentação. “Atualmente contamos com opções tópicas, orais, imunossupressores e novas moléculas em desenvolvimento, tanto no Brasil quanto no exterior.

Ela explica que quanto mais precoce o início do tratamento, maior a taxa de resposta clínica e enfatiza a importância de um diagnóstico preciso e da escolha de abordagens personalizadas. “Mais do que tratar a pele, é fundamental cuidar do paciente em sua integralidade”. O vitiligo, acrescenta, “exige acompanhamento dermatológico contínuo, aliado ao acolhimento e à informação qualificada”.

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