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Você sabia que o coração também é assunto da Odontologia?

Bactéria presente na boca é responsável por até 80% dos casos de endocardite. Foto: Divulgação

A estreptococos é uma bactéria, presente na boca, devido à má higiene ou a uma extração de dente. Ela é responsável por 50% a 80% dos casos de endocardite infecciosa, devendo, principalmente, os cardiopatas terem a maior atenção, uma vez que essa bactéria causa séria infecção nas estruturas internas do coração, e deixar de ir ao dentista não é uma opção. Por conta disso, é importante sabe um pouco mais sobre essa doença.

Como o próprio nome diz, a endocardite bacteriana uma infecção que pode ocorrer nas estruturas internas do coração, afetando, principalmente, as válvulas cardíacas. De acordo com a revisão do Pathology Outlines, a bactéria estreptococos é responsável por 50% a 80% dos casos dessa doença. Essa bactéria é normalmente encontrada no trato aerodigestivo superior, podendo se disseminar por extração de dente, má higiene bucal ou durante a cirurgia de retirada da amigdala. O risco de desenvolver endocardite é maior entre as pessoas com cardiopatias (doenças do coração).

Entre os sintomas de endocardite infecciosa estão a febre, perda do apetite, suor noturno, falta de ar. É uma doença que pode colocar a vida em risco, portanto, em caso de suspeita é muito importante buscar atendimento hospitalar. Se confirmada, iniciar, assim, imediatamente, o tratamento.

Especialmente pacientes cardiopatas devem informar ao dentista esta condição e fazerem uso de antibiótico ante de iniciar o tratamento.  “Essa medida previne infecções na corrente sanguínea que podem levar bactérias até o coração provocando a endocardite”, informa o dentista Sérgio Kignel, doutor em Diagnóstico Bucal, de São Paulo/SP.

O especialista explica que, na cavidade bucal, coexistem bactérias, vírus e fungos. Além disso é um ambiente sujeito a sangramentos que podem ser causados por problemas na gengiva, na escovação, no uso do fio dental e até mesmo ao mastigar um alimento. Todas essas situações podem gerar uma oportunidade de uma das bactérias da boca penetrar na corrente sanguínea. “Nenhuma outra região do corpo tem mais possibilidade de uma bactéria penetrar no organismo do que a boca”, diz. Mas é claro que nem todas as pessoas que machucam essa região serão acometidas por endocardite. O grupo de risco para endocardite é composto por pessoas que já apresentam algum tipo de cardiopatia.Portanto, para esses pacientes, o tratamento dentário deve ser feito, mas precisa obedecer cuidados que evitam esse risco.

De acordo com Kignel, esses cuidados variam conforme o paciente e o dentista precisa levar em conta as recomendações do cardiologista. Em linhas gerais, a utilização de antibiótico profilático antes do tratamento é o suficiente para garantir a segurança do paciente. Há alguns médicos que prescrevem uma dose antes e outra depois do tratamento. As variações da terapêutica também acontecem segundo o procedimento que o paciente vai fazer: tratar uma cárie, uma limpeza dos dentes, uma extração, uma cirurgia. Excetuando os cuidados com antibiótico, os demais procedimentos da odontologia são os de praxe, com anestesia e demais intervenções necessárias.

A medida mais importante para esses pacientes é a individualização do risco, afirma Kignel. “Atendi um paciente com cardiopatia que estava há dois anos sem vir ao dentista e apresentava um problema de gengiva. Ele tomou o antibiótico profilático, fez a limpeza e pedi para retornar em seis meses para nova avaliação. Se tudo estiver muito bem, volta em nove meses. É um paciente que precisa de um acompanhamento frequente”, afirma.

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