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Aumento benigno da próstata afeta 50% dos homens com mais de 50 anos

Após os 70 anos, probabilidade sobe para mais de 80%; falta de tratamento adequado pode levar a quadros de insuficiência renal aguda, formação de pedras na bexiga e infecções urinárias.

Foto: Pixabay

Dentre os problemas de saúde que chegam com a idade, a hiperplasia prostática benigna (HPB) é um dos mais recorrentes entre os homens. Popularmente conhecida como “aumento de próstata”, a condição normalmente começa entre os 40 e os 45 anos de idade. Aos 50 anos, 50% dos homens terão sido acometidos. Aos 70 anos, a proporção sobe para mais de 80%.

De acordo com o urologista Fernando Leão, especialista em doenças da próstata, de Goiânia/GO, a HPB se manifesta em intensidades diferentes em cada paciente. “Alguns vão ter sintomas leves ou moderados, enquanto em outros as ocorrências são mais graves”, afirma.

Entre os sintomas mais associados à HPB estão o aumento da frequência miccional noturna (vontade de urinar durante a noite), redução da força do jato de urina e sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga. Alguns ainda sentem ardência ao urinar, o que é conhecido como disúria. Outros também podem ter hesitância miccional – quando precisam esperar alguns segundos para começar a urinar.

Mesmo sofrendo com esses sintomas, é comum que homens evitem procurar um médico por medo das possíveis consequências dos tratamentos de próstata. “A resistência maior em procurar um médico logo no início é porque tudo que se fala relacionado à próstata, os pacientes já entendem que qualquer tratamento vai ter um risco elevado de impotência sexual e de incontinência urinária. Mas não é bem assim mais. Isso já mudou. O tratamento da HPB raramente vai levar a essas sequelas, ao contrário do que acontece com o câncer de próstata, que é a doença maligna”, explica o médico.

Segundo o urologista, de fato, o tratamento cirúrgico para o câncer traz risco de impotência e de incontinência urinária. Porém, mesmo estes hoje em dia são menores do que os tratamentos utilizados há alguns anos, o que muitos ainda não levam em conta. “Essa desinformação faz com que o paciente demore ou postergue sua ida a um urologista para se tratar de forma correta”, ressalta, alertando que o atraso na busca por reabilitação pode trazer consequências sérias, como quadros de insuficiência renal aguda, formação de pedras na bexiga e infecções urinárias de repetição, que podem levar à morte. Tudo isso sem contar a piora na qualidade de vida, que se manifesta por meio das noites mal dormidas devido às idas repetidas ao banheiro, acarretando indisposição e irritabilidade no dia a dia.

Dentre as diversas técnicas para o tratamento da HPB, como a cirurgia a laser e a ressecção transuretral, uma tem se destacado por ser menos complexa, proporcionar recuperação mais rápida e, ainda, trazer menos riscos à vida sexual.

Com uso aprovado no Brasil em 2023, a tecnologia Rezum está disponível no exterior desde 2015. A técnica, considerada minimamente invasiva, consiste na liberação de doses controladas de vapor d’água na próstata por meio de um catéter inserido na próstata. O resultado é a destruição térmica do tecido prostático e, consequentemente, a melhora no fluxo urinário.

O Dr. Fernando destaca ainda que, assim como os demais tratamentos, o Rezum não traz riscos de impotência sexual ou de incontinência urinária, mas apresenta vantagens relevantes. “O Rezum tem dois diferenciais importantes. É uma cirurgia realizada em nível ambulatorial, com sedação a porte anestésico menor. Não há necessidade de internação. A segunda vantagem é poder preservar a ejaculação em cerca de 80% dos casos. As demais técnicas têm índices de no máximo 40% a 50%”, explica.

Desta forma, destaca o urologista, o tempo em que as terapias para problemas da próstata provocavam pavor nos homens pode estar perto de acabar. “As técnicas modernas, como o Rezum, têm oferecido uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes e apresentado resultados excelentes. A perspectiva é que os homens ganhem mais confiança e percebam que esses tratamentos não são nenhum bicho de sete cabeças”, conclui.

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