Alerta sobre Febre Oropouche: doença identificada em vários estados do país
Dr. Marcelo Bechara: “este ano é atípico, pois a morte pela Oropouche é algo inédito na literatura médica”
As autoridades médicas brasileiras vêm intensificando os alertas epidemiológicos sobre a doença Febre Oropouche. A enfermidade, que se assemelha à dengue, já fez as suas primeiras vítimas fatais no Brasil. Conforme destaca o clínico geral Dr. Marcelo Bechara, de Praia Grande/SP, “este ano é atípico, pois a morte pela Oropouche é algo inédito na literatura médica. O que costuma acontecer são formas graves da doença, como sintomas muito debilitantes ou complicações neurológicas, como a meningite e a encefalite”. Com resposta imunológica muito intensa, as pessoas infectadas podem ter reações inflamatórias muito fortes, como febre alta, cefaleia intensa, dor muscular e nas articulações, vômitos, erupções cutâneas e fotofobia – o que, para muitos, pode ser confundido com sintomas similares a uma dengue severa.
Segundo o Dr. Bechara, ambas as doenças são classificadas como arboviroses, por serem transmitidas por mosquitos, mas há algumas diferenças bem claras. “A dengue, que é transmitida apenas pelo vetor Aedes Aegypt, pode evoluir para um quadro hemorrágico, algo que nunca foi visto no Oropouche, cujo vetor mais conhecido é o mosquito Maruim ou Pólvora. No entanto, há possibilidade de contaminação com o aedes também”, afirma o especialista.
Prevenção e cuidados – A infecção acontece em maior parte em locais endêmicos, como nas matas, florestas e campos. Atualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, as mudanças climáticas, desmatamento e urbanização não planejada têm favorecido o aumento da infecção. Um exemplo é, no caso das infecções que aconteceram em Cajati e Pariquera-Açu, cidades do Vale do Ribeira/São Paulo, onde a transmissão foi local, em um ambiente mais urbano, sem o deslocamento do infectado para uma localização endêmica.
Como prevenção, há apenas dois caminhos: evitar possíveis locais de contaminação e utilizar muito repelente. “Não há algo que previna como uma vacina. Por isso, é necessário utilizar muito repelente na pele”. Orienta o médico.
Fora do campo prático, uma das formas de combate é a informação, até por parte das autoridades, sobre os sintomas, monitoramento dos casos suspeitos e confirmados, além do controle da população de mosquitos vetores. Importante também promover limpeza de áreas urbanas para eliminar criadouros e implementar medidas de controle em áreas de risco”, acrescenta, orientando que, se a pessoa for infectada, o primeiro passo é procurar ajuda médica para entender o caso.
O tratamento, destaca, é realizado de maneira simples, cuidando dos sintomas e estabilizando o paciente para que não evolua para quadros graves. “Não há algo específico para tratar. Então, o ideal é ficar de olho, cuidar dos sintomas, com analgésicos para dores, antitérmicos para febre, muita hidratação, repouso e alimentação extremamente saudável