Políticas públicas para a saúde de adolescentes precisam ser construídas com parcerias, afirma UNICEF

‘Na adolescência, sentimentos de tristeza, desesperança, depressão, ansiedade, baixa autoestima, experiências adversas pregressas, como abusos físicos e sexuais, falta de relações de amizade e apoio de familiares e o uso de substâncias psicoativas são alguns dos fatores que afetam a saúde mental”
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A segunda década da vida é uma fase de oportunidades para o desenvolvimento humano. É o momento em que adolescentes conquistam autonomia, ampliam seus contatos para além do universo familiar e estabelecem padrões de comportamento e vida que afetarão não apenas a sua saúde no presente e no futuro, mas, também, a saúde da próxima geração. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) entende a importância de políticas públicas e do engajamento de adolescentes e jovens para a prevenção de doenças e promoção de estilos de vida saudáveis. No último ano, no Brasil, a instituição impactou mais de 8 mil adolescentes e jovens para promoção da saúde e mais de 114 mil com foco em saúde mental desde 2021.
A partir de 2020, globalmente, o UNICEF vem mantendo uma parceria estratégica com o Programa Adolescente Saudável da farmacêutica AstraZeneca. Com duração de seis anos, a colaboração se concentra em três regiões e sete países aceleradores: Angola, África do Sul, Belize, Jamaica, Indonésia e Papua Nova Guiné, além do Brasil. O objetivo é mobilizar adolescentes e jovens e influenciar o poder público, garantindo que a prevenção de doenças nesta fase da vida seja uma prioridade de governos em todo o mundo.
No Brasil, no último ano, o UNICEF, por meio de intervenções multidisciplinares, promoveu estratégias de mudança de comportamento que alcançaram mais de 8 mil adolescentes e jovens de todo o país. Por meio de capacitações, campanhas de comunicação, eventos e enquetes, os participantes se engajaram em temáticas, como saúde mental e bem-estar, dignidade e saúde menstrual, saúde sexual e reprodutiva e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e de doenças não transmissíveis (DNTs).
“A promoção de uma saúde integral para a fase da adolescência é uma tarefa ambiciosa, visto que, nesse período da vida, o indivíduo fica exposto a inúmeros estímulos e informações, bem como inicia um processo de autonomia e autoconhecimento. Por isso que o UNICEF Brasil trabalha para influenciar o desenho de política públicas para saúde na adolescência que aborde o tema de maneira multidisciplinar, olhando os fatores, físicos, emocionais e sociais, e que os próprios adolescentes e jovens façam parte destes processos. A parceria entre o UNICEF e o Programa Adolescente Saudável da AstraZeneca tem possibilitado o fortalecimento dessas ações”, explica Mario Volpi, chefe da área de Engajamento e Desenvolvimento de Adolescentes do UNICEF no Brasil.
Conforme destaca Olavo Corrêa, Presidente da AstraZeneca no Brasil: “acreditamos que, por meio de políticas públicas eficazes e colaborações estratégicas, podemos moldar um futuro mais saudável e equitativo. De acordo com o último Censo Demográfico, crianças e adolescentes de até 14 anos representam 19,8% da população total do país, totalizando aproximadamente 40 milhões de indivíduos. Garantir o acesso a serviços de saúde adequados, promover hábitos saudáveis e prevenir doenças nessa fase, não apenas melhora a qualidade de vida desses jovens, mas, também, contribui para a formação de adultos mais saudáveis e produtivos. Para 2025 vamos atuar na parceria com o UNICEF com um olhar mais acurado na prevenção de doenças crônicas, como diabetes, câncer, doenças respiratória e do coração’’.
Políticas Públicas – No último ano, o UNICEF também fomentou e viabilizou que grupos de adolescentes e jovens se conectassem a gestores de políticas públicas em níveis local e nacional. Adolescentes – participantes da Conferência Nacional de Saúde Mental, conseguiram sugerir, formalmente, melhorias para a Política Nacional de Saúde Mental, principalmente na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e para o Programa Saúde na Escola, co-liderado pelo Ministério da Saúde e Ministério da Educação. Resultados de pesquisas com adolescentes e jovens por meio da plataforma U-Report também foram apresentados ao Ministério da Saúde como informações relevantes para a implementação de políticas públicas.
Saúde mental – Na adolescência, sentimentos de tristeza, desesperança, depressão, ansiedade, baixa autoestima, experiências adversas pregressas, como abusos físicos e sexuais, falta de relações de amizade e apoio de familiares, exposição à violência e discriminação no ambiente escolar e o uso de substâncias psicoativas são alguns dos fatores que afetam a saúde mental.
Por meio da plataforma Pode Falar, uma iniciativa do UNICEF, mais de 114 mil adolescentes receberam apoio psicossocial entre 2021 e 2024. O Pode Falar é um canal gratuito e anônimo de escuta acolhedora para adolescentes de 13 a 24 anos e uma rede de instituições e pessoas que não apenas oferecem um serviço de apoio emocional e conteúdos confiáveis em saúde mental, mas, também, capacitam futuros profissionais da área de cuidado humano, sensíveis às necessidades específicas desse ciclo da vida.
Ainda com foco em saúde mental, 28 mil profissionais de saúde foram certificados, por meio de uma parceria entre UNICEF e FIOCRUZ, em saúde mental e bem-estar de adolescentes.