Fadiga visual: uso excessivo de telas afeta a saúde ocular
Além do desconforto imediato, a exposição prolongada às telas pode ter consequências mais sérias, como o agravamento de problemas de refração (como miopia e astigmatismo), e impactar o sono e a saúde mental
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O uso constante de computadores, celulares e outros dispositivos eletrônicos se tornou parte da rotina de grande parte da população. No entanto, esse hábito tem causado um aumento significativo nos casos de fadiga visual, uma condição cada vez mais comum e preocupante. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 60% das pessoas que passam mais de seis horas por dia em frente a telas apresentam algum sintoma relacionado à fadiga ocular.
A fadiga visual é caracterizada por sintomas como olhos secos, visão embaçada, dores de cabeça, sensibilidade à luz e dificuldade de concentração. Segundo especialistas, esses sintomas surgem principalmente devido à redução do piscar natural dos olhos durante o uso de telas, o que compromete a lubrificação ocular. “Ao focar por longos períodos em telas digitais, a frequência de piscar diminui consideravelmente, o que leva à evaporação da lágrima e ao ressecamento da superfície dos olhos. Isso pode causar irritação, vermelhidão e sensação de areia nos olhos”, explica a oftalmologista Wanessa Carneiro, de Fortaleza/CE.
Além do desconforto imediato, a exposição prolongada às telas pode ter consequências mais sérias, como o agravamento de problemas de refração (como miopia e astigmatismo), além de impactar o sono e a saúde mental.
De acordo com a profissional, a luz azul emitida por dispositivos eletrônicos também merece atenção especial. “A luz azul, principalmente quando exposta à noite, interfere na produção de melatonina, o hormônio do sono. Isso altera o ciclo circadiano, prejudicando o descanso e, indiretamente, a saúde ocular”, alerta.
Para prevenir a fadiga visual, é fundamental adotar alguns cuidados simples no dia a dia. A recomendação da Associação Brasileira de Oftalmologia (ABO) e do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) inclui a regra 20-20-20: a cada 20 minutos de uso de tela, olhar para um ponto a 20 pés (aproximadamente 6 metros) de distância, por 20 segundos.
“Além da regra 20-20-20, é importante manter uma boa iluminação no ambiente, ajustar o brilho e o contraste das telas e fazer pausas regulares ao longo do dia. Para quem já usa óculos, o acompanhamento com o oftalmologista deve ser periódico, pois o grau pode mudar com o tempo ou com o aumento da exposição às telas”, orienta a Dra. Wanessa Carneiro.
A especialista reforça que a prevenção é o melhor caminho para manter a visão saudável. Conforme destaca, “com pequenos ajustes na rotina e atenção aos sinais do corpo, é possível evitar complicações maiores. Cuidar dos olhos deve ser parte do autocuidado diário”.
